


INCAL - VOLUME UM
O INCAL NEGRO & O INCAL LUMINOSO
INCAL - VOLUME DOIS
O QUE ESTÁ EMBAIXO & O QUE ESTÁ ACIMA
INCAL - VOLUME TRÊS
A QUINTESSÊNCIA: A GALÁXIA QUE SONHA & PLANETA DIFOOL
Formato: 21,0 cm X 28,0 cm
Estrutura: 100/124/100 páginas coloridas cores em papel couchê 90g
Capa: Cartão 250g, reserva de verniz, com orelhas
Editora Original: Les Humanoïdes Associés
História: Alexandro Jodorowsky
Arte: Moebius
Cores: Valérie Beltran
A história de INCAL gira em torno de John Difool, um detetive particular de quinta categoria num amanhã totalmente corrupto e insano. Seu mundo aparentemente pacato vira de cabeça para baixo quando ele encontra um antigo e misterioso artefato chamado “Incal”. Em pouco tempo, por mero acaso, Difool se vê envolvido num conflito de proporções épicas entre o Meta-Barão, considerado o maior guerreiro da galáxia, e os poderes do Tecno-Papa.
Uma das mais aplaudidas séries em quadrinhos no mundo todo, INCAL é uma verdadeira obra-prima escrita pelo chileno Alexandro Jodorowsky, co-criador de OS TECNOSACERDOTES e OS META-BARÕES, e roteirista/diretor de famosos filmes cults como O TOPO, SANTA SANGRE e A MONTANHA SAGRADA, e ilustrada pelo francês Moebius, o mundialmente aclamado ilustrador de inúmeras graphic novels e artista conceitual de filmes como ALIEN, O 8º PASSAGEIRO, O SEGREDO DO ABISMO e O QUINTO ELEMENTO. O resultado dessa parceria surgida nos anos 80 marcou para sempre o cenário da Ficção Científica e das HQs.
“Há algumas histórias que ganham fama não por um motivo apenas. Os motivos são plurais. INCAL é um caso assim. Tornou-se um marco da ficção científica em quadrinhos. Reúne reputação, criadores consagrados, enredo e personagens inovadores.”
– Paulo Ramos
Blog dos Quadrinhos
“INCAL é uma daquelas HQs que deixa o leitor boquiaberto, provoca taquicardia e faz com que ele fale alguns impropérios durante a leitura... É que a obra é boa demais mesmo!”
– Eduardo Nasi
Universo HQ
“A história do chileno Alexandro Jodorowsky é uma louvável e imaginativa mistura de vertiginosa ficção científica e bem-humorada fantasia, potencializada pelo sempre magnífico traço do francês Jean Giraud, o Moebius.”
– Érico Borgo
Omelete
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Recentemente realizei um dos meus mais antigos desejos como leitor de quadrinhos, comprar e ler o Incal de Jodorowski e Moebius.
Desde os anos 80 eu sabia da fama que a HQ desfrutava e ficava babando sempre que via um dos álbuns da Meribérica. Mas esses álbuns eram caros pra caramba, ainda mais para um estudante durango. Mais recentemente eu cheguei a encontrar algumas edições em sebo, mas acabei não comprando porque não sabia se algum dia iria encontrar a série toda. Quando a Devir anunciou que iria publicar eu fiquei decidido a comprar. Esperei encontrar os álbuns por um preço mais acessível e graças a pasta classificados, finalmente pude ler essa HQ.
O meu medo era que após tanto tempo de espera, dificilmente a obra se mostraria à altura da expectativa. Mas, prezados, tenho que dizer que o material é foda e merece mesmo a fama que tem.
Sobre a arte do Moebius acho que não preciso falar muito, o cara é simplesmente um dos maiores mestres da arte seqüencial. Ele está ao lado de caras como Will Eisner e Osamu Tesuka naquela restrita lista dos que mudaram a forma de se encarar quadrinhos.
No roteiro do Jodorowski é que repousava meu medo. Temia que a história fosse um amontoado de bobagens new age datadas. Mas não, as viagens da história têm sua razão de ser. Sempre achei complicado esse lance de tentar entender o subtexto que o escritor quer passar em uma história. Muitas vezes o que se vê é neguinho enxergar as maiores disparates onde às vezes não existe nada. Vide os “teóricos” de Senhor dos Anéis que dão as mais diferentes interpretações para a saga, quando o próprio Tolkien afirmou que apenas quis escrever uma boa história. Mesmo assim vou me arriscar a dar meu pitaco.
No caso do Incal, me parece que o tema em questão é a necessidade de crescimento espiritual por parte da humanidade. A história se passa em um mundo futurístico em que as massas se encontram entorpecidas, trancadas em seus apartamentos, paralisadas em frente à suas TV’s. Além disso a selvageria espreita na forma de mutantes que vivem longe das vistas de todos, se alimentando do lixo jogado no interior do planeta, talvez uma alegoria para os pobres do planeta. As classes aristocratas dominantes são gananciosas e só servem a seus propósitos.
O culto Tecno é o canal usado pela Escuridão para atacar a nossa realidade. O que me parece uma forma de dizer que a busca desenfreada pelo progresso científico sem uma contrapartida espiritual é algo danoso. Tanto é que a única esperança para a humanidade vem do Incal, uma energia de poder divino.
A salvação viria na busca por transformação. A trajetória do protagonista John Difool é emblemática. John, “o tolo” só quer saber de putas, uísque drogas. Ele não percebe que é um escravo de suas próprias limitações. Mas acabará passando por uma trajetória de iluminação. Não vou me estende mais para não revelar a trama.
No meio disso tudo o autor usa uma série de símbolos e conceitos, Animah (o princípio feminino), o ser perfeito alquímico (o andrógino) etc. Mas não perde a história de foco. Enfim, o Incal é um clássico que merece ser lido por todo fã de quadrinhos que se preze.
Em tempo, as edições da Devi estão muito caprichadas, cada uma contendo o equivalente a dois álbuns originais. A nova colorização ficou muito bonita, mas não sei se era necessária. Estranhei um pouco, provavelmente por já estar acostumado com o desenho do Moebius colorido de forma mais tradicional.

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