
Bane está num ponto decisivo de seu plano de dominação total do submundo do crime. Tendo capturado o sagrado líder do Kobra – um misto de culto e império criminoso –, o Homem que Quebrou o Morcego perceberá que talvez precise de novos e mais poderosos aliados. Isso se o próprio Batman não estragar tudo.
(Bane Conquest 7-12)
Encadernado
17 x 26 cm
140 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
R$ 21,90
Distribuição Nacional
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Conclusão da história do primeiro encadernado e devo dizer que a dupla Dixon e Nolan foram FELIZES nesse revival do personagem. Gibi DIVERTIDAÇO, com aquela aura dos "anos 90" impregnando o gibi, mas com uma dose de modernismo bem vinda. Desses autores velhos arrombados que voltam das profundezas para ganhar o dinheiro dos remédios, Chuck Dixon e Graham Nolan ao meu ver foram os mais bem sucedidos.

o destino do "Naja-Naja" é escrotaço!



A ação é desenfreada e o fio narrativo é sempre bem seguido e estruturado. Na edição anterior vimos que Bane estava querendo sequestrar o líder da Kobra para assegurar suas operações. Aqui ele "meio que acerta" e uma nova etapa do plano tem início, quando o novo líder do Kobra nasce e agora é preciso encontrar aquele que tem a marca escondida.


Cara, o gibi não perde tempo. É uma sucessão de mortes, tiro, porrada e bomba pra tudo que é lado. A conclusão da história é Bane recrutando um time de mal encarados para MATAR o bebê da organização Kobra. O gibi é uma espécie de "Mercenários", ou o que devia ser o Esquadrão Suicida do Robin Williams! Violência e sangue são normais. Bicho, que puta gibi legal.

da esquerda para direita: KGBesta, Shaka Esuthu, King Faraday, Corvo, Coelha Atiradora e Falcão Atirador
Eu li um review de um gringo metendo o pau no gibi, dizendo que é um monte de cena sem sentido, que tem muita frase desconexa, que a história é um monte de desafio aleatório que o Dixon colocou apenas para o Bane facilmente ultrapassar, que a história é uma merda. MERDA É ESSE CARA E VOCÊ QUE PENSA ASSIM! Que leu e não entendeu a PROPOSTA do autor. Esse é um gibi que foi feito claramente para o leitor brasileiro, fã da época que o Dixon arrebentava no gibi mensal. Não tem essa frescura de "compressão narrativa" não, aqui é tiro, porrada e bomba e a história vai. Dá pra entender CLARAMENTE os pontos que a narrativa delimita para levar Bane do ponto A ao B da história. O que eu acho é que quem lê esse gibi e não gosta não passa de um snowflake que tem preguiça de ler direito a porra da história e não pegou o espírito ágil e libertário do gibi. Também reclama que o Alfred não tem ombro e a Valentina não tem pescoço numa PREGUIÇA ATROZ de entender perspectiva e jogo de contraste na porra de um gibizinho.

"a Valentina perdeu o pescoço aí, e como eu não entendo perspectiva, o gibi é ruim"



O final é uma apoteótica e incessante luta para invadir a base do Kobra por esse grupo de misfits incomum. Dyonisius, a cabeça falante ainda tenta dar uma última cartada contra Bane, mas este é o momento onde todo o inferno vem abaixo e somente os agentes do caos como Bane, ou aqueles que sabem cavalgar por entre ele, conseguem se safar e achar uma saída. Gibi absolutamente do caralho e divertido, uma das melhores séries do ano. E para aqueles snowflakes que reclamam porque a porra do Bane usa a máscara "mucha lucha", saibam que nas duas últimas partes ele usa a máscara que cobre o rosto inteiro, parecendo o Bane que conhecemos tão bem.

Na arte Grahan Nolan pode não ser um primor e pouco lembrar aquela agilidade e desenvoltura que marcou um dos melhores desenhistas do Batman, passando por fases memoráveis, mas aqui ele entrega o seu melhor, num verdadeiro projeto de paixão e amor aos quadrinhos e ao personagem. Sinal dos tempos, afinal de contas, ele nem pode mais sexualizar a Coelha Atiradora ou até mesmo a Valentina, que mais parece uma mórmon pelo gibi inteiro, quando era a época de ouro, poses mais OUSADAS seriam usadas para as personagens assim como um maior cuidado e detalhamento. É culpa do artista ou do tempo em que vivemos? Um final pra lá de poético, coisa que somente grandes mestres do ofício podem entregar aos seus leitores para dizerem "essa foi uma história que valeu o meu tempo" - quando é impossível mensurar o prazer de ver algo assim em nossos tempos.


Bane vs. the snowflakes
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