
Depois de tantos prêmios e a aclamação internacional, Marcello Quintanilha volta agora à cidade onde nasceu e cresceu, Niterói. Ele mergulha nas águas da Baía da Guanabara e traz de lá uma trama baseada em fatos reais, acontecidos nos anos 1950. Uma aventura cheia de suspense, que envolve pescadores, futebol, a vedete Luz del Fuego e o primeiro campo naturista do Brasil. Ao mesmo tempo, uma formidável história de amizade e um retrato do Brasil dos anos 1950.
Do mesmo autor de Tungstênio (2014 – prêmios Angoulême e Rudolph Dirks), Talco de Vidro (2015), Hinário Nacional (2016 – prêmio Jabuti) e Todos os Santos (2018).
“Filho de um ex-jogador profissional de futebol, o autor conhece esse universo com intimidade e faz um impressionante afresco social, mais próximo de Balzac que da crônica esportiva. Mas Luzes de Niterói vale especialmente pela aventura humana e marítima vivida por seus protagonistas, Hélcio e Noel, numa verve tragicômica digna do cinema de Dino Risi, e que revela uma enorme e pungente amizade. Com Quintanilha, o quadrinho brasileiro tem seu Homero!” Télérama (França)
“A figura de proa da nova história em quadrinhos brasileira” – Livres Hebdo
“Marcello Quintanilha emprega aqui todo seu talento de desenhista e, acima de tudo, de contador de histórias” Books
“Formidável!” Europe 1
“Marcello Quintanilha é o rei do suspense” – Les Cahiers de la Bande Dessinée
“A arte de Marcello Quintanilha está na combinação de folhetim cheio de emoção e história vibrante, suspense e picaresco”. Le Monde
Seguindo a cartilha de sempre, Quintanilha faz um gibi em que não existem muitos subplots ou algo parecido, a história segue um fio e vai nela até o fim. Só mais pro final que um outro núcleo ganha um destaque, mas um destaque que faz sentido dentro do contexto geral da coisa. O gibi atinge o ápice mesmo na sequência das páginas 137-142 em um momento de cortar o coração de qualquer pessoa com um pingo de sentimentos dentro de si.
Acredito que esse foi o gibi do autor com menos "mensagens" ou "ter o que pensar" se é que se pode falar isso, bem ao contrário de Hinário Nacional ou Talco de Vidro, por exemplo. É uma história simples e sem invencionice, bem com o climão dos anos 50. Vale destacar o esforço do autor em inserir expressões e palavras da época, algo que só serve para enriquecer a obra. Fiquei feliz com a mensagem do final, mostrando que certas coisas são evitáveis, mas o importante é reconhecer que se cagou na madeira.
Outro ponto a se destacar são as cores, trabalho foda mesmo. A edição da Veneta está muito bem feita, e só detectei um único erro em todo o gibi que foi a falta da explicação da palavra "Sururu" na página 190, mas é algo pequeno demais para se preocupar.
Enfim, mais um golaço do autor que até o presente momento não escreveu um único gibi ruim na vida.
Os financiadores da edição no Catarse receberam antes de todos, sendo que o gibi só estará disponível ao grande público a partir da primeira quinzena de março. Recomendo que todos comprem a edição, vale a pena demais.
Comprem!
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