
ACTION COMICS #22
Um antigo inimigo do Superman descobre a identidade do herói e sua família. Agora, as pessoas mais caras ao Homem de Aço estão em perigo e nada ficará entre o misterioso vilão e sua vingança! E ainda: acompanhe duas histórias especiais apresentando nuances mais pessoais da vida da família Kent e de Lex Luthor. Não perca a ÚLTIMA EDIÇÃO de Action Comics.
Histórias originais
Action Comics Special 1
Detalhes da edição
Janeiro/2019
17 x 26 cm
52 páginas
Papel LWC
Capa Couché
Lombada Canoa (Grampeada)
R$ 7,50
A atração principal é a polẽmica O TESTAMENTO DE LEX LUTHOR. Desde que assumiu a revista no início do Rebirth, Jurgens trouxe Lex Luthor ao foco das atenções como um pretenso "heroi" e nos fez a seguinte pergunta: afinal, há redenção para ele? E nada mais poético e justo que ele encerrar sua passagem pelo título respondendo essa estatamenta. É uma narrativa comprimida e direta, com beats & rhythms de gibis de outrem, cara daqueles anuais caprichados, que não necessitavam de grandes arcos. É como a "Última História do Lex Luthor", mostrando um personagem que chegou ao fim da linha, descobrindo a verdade sobre e Superman e dando sua derradeira cartada. E Jurgens usa esse Lex morimbundo para comentar o "nosso" Lex, da cronologia vigente. As últimas duas páginas temos a confluência de autor-personagem, um Clark-Jurgens que enfim responde com todas as letras as questões plantadas lá atrás. Elegante, sem dúvida, uma cautionary tale contemporânea. A arte fica por conta do brasileiro WILL CONRADO, sempre um desenhista digno, ainda que aqui e ali seus personagens tenham umas poses meio duras.
Em seguida, temos a primeira história backup, olha só, também focada no Lex Luthor. Mas basta começar a le-la e já senti algo diferente... um texto mais refinado, mais afiado. Os créditos só vem ao final, mas era óbvio que não se tratava desses roteiristas "carne de vaca" que costumeiramente assumem os títulos - nada contra eles, claro. MARK RUSSELL é daqueles que parece só decidir escrever uma história ou uma minissérie quando realmente tem algo a dizer, com uma carreira cheia de pérolas aqui e ali. Um jantar de jornalistas e celebridades com o presidente norte-americano onde cada fala feita do palco soa como uma lâmica cortando a carne. E Russell foca nas reações: como aceitar cada jab? Uma risada nervosa? Entrar na "brincadeira"? Ou simplesmente tomar aquilo como pessoal? Ainda que sem ação alguma, é uma história curta (dez páginas) focada em micro-batalhas sobre respeito, com os flashbacks do Lex servindo de lastro sobre moralidade (ou a falta de). Essa história é desenhada, vejam só, pela veteraníssima e talentosa Jill Thompson. Uma pena que seja um trabalho bem mediano dela. Parece que faltou um capricho, pois sabemos de sua qualidade.
E por fim, somo brindados com a gema feita pela dupla MAXWELL LANDIS e FRANCO MANAPUL. Sua carreira nos quadrinhos é composta basicamente por histórias do universo do Super, que sabe escrever como ninguém. Um autor de contos - mesmo em seu trabalho mais extenso, Alienígena Americano, há uma concepçao individual de cada um dos capítulos. E aqui, em econômicas oito páginas, ele evoca sentimentos agridoces, das derrotas cotidianas mas que trazem consigo uma semente de esperança. O ladrão fracassado que é capturado mas recebe um juramento do Superman. Lois, que perde seu carro, mas na manhã de Natal ganha uma última oportunidade de despedida. Não é pela compensação, ou mesmo pela equivalência das coisas. A perda não é negada, e sim abraçada. Mas sempre com uma possibilidade de seguir em frente. E quem melhor que o Manapul para ilustrar tudo isso? Seu traço limpo evoca uma calma, um silêncio. Me lembrou as tardes de sábado, momentos de reflexão.
Vá em paz, velho gibi guerreiro!
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