
A aguardada sequência da premiada série sobre a vida simples de super-heróis decadentes Black Hammer é uma obra há muito idealizada por Jeff Lemire, um dos maiores nomes dos quadrinhos da atualidade. Além de uma homenagem a grandes clássicos do gênero, as histórias dos cinco ex-heróis que vivem isolados do mundo numa fazendinha pacata, alimentando-se das lembranças de seus êxitos, traz também a marca do autor: as questões típicas de relacionamentos familiares conturbados e a recordação de traumas do passado. No primeiro volume da história, eleita Melhor Série Original de 2017 pelo Eisner Awards, fomos apresentados aos cinco ex-heróis e suas trajetórias pessoais. Depois de salvar o mundo numa batalha épica, eles se viram presos numa cidade que mais parece uma realidade paralela, e agora acumulam dez anos de frustrações, pois são obrigados a se passarem por pessoas comuns. Uma visita inesperada consegue romper com as barreiras invisíveis que levam até a fazenda, e com ela pode ter chegado também a chance de esses heróis finalmente saírem do purgatório.
Mas sei lá... Tá difícil eu me afeiçoar aos personagens porque quando os vejo, só consigo ver cópias de heróis já existentes.
Não me entendam mal, o gibi é MUITO bem escrito e a narrativa flui bem que é uma beleza mas pelo menos pra mim esse lance do Lemire pesar a mão nas homenagens tira um pouco o brilho da coisa e, pelo menos pra mim, cria uma barreira pra gostar dos personagens.
Também acho a escolha que eles faz pra alguns nomes um pouco... Sem inspiração.
Por outro lado, a construção do mistério toda da cidadezinha lá segue que é uma beleza e consegue prender a atenção do leitor muito bem.
Enfim, é um excelente gibi a ponto de as minhas únicas reclamações serem coisas menores

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