
SHANGRI-LA
Mathieu Bablet
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Coleção: SESI-SP Quadrinhos
ISBN: 978-85-504-0750-0
Ano: 2018
Páginas: 224
Preço sugerido: R$ 89,00
Capa: Brochura
Formato: 31cm X 23,5cm
Código: 072422
RESUMO DO LIVRO .A Terra tornou-se um planeta inabitável, e sua população agora vive em uma estação espacial governada por uma multinacional. Todos parecem satisfeitos com essa "sociedade perfeita", mas a realidade é muito diferente. Através da implementação de um programa para criar a vida a partir do zero, em Shangri-la, uma das áreas mais quentes de Titã, uma das luas de Saturno, eles pretendem reescrever o "Gênesis" à sua maneira. Enquanto isso, um homem está encarregado de investigar explosões misteriosas em certas estações de laboratório que estão estudando esse processo de criação da vida "do zero".
SOBRE O AUTOR:
Nasceu em 1987, em Grenoble, na França. Formado pela ENAAI de Chambéry, escola de ensino de artes aplicadas e imagem, é fã de filmes de terror alternativos.
Lembro de ter comecado a ler em inomináveis e largado por entender que precisava ler isso no formato mais próximo do original pra aproveitar a arte dentro do que ela pretendia passar.
Hoje me parece que fiz a opção certa, a meu ver Shangri La tem grandes momentos na representação do seu tema, com quadros grandes, capazes de mostrar a ideia de vazio, ausência e, principalmente, a grandiloquência do espaço, do universo, como uma entidade muito maior que o homem.
Seja em que forma de mídia visual for para mim o tema de espaço, universo, se traduz bem quando consegue de alguma forma passar a ideia de grandeza, fascinação, uma certa assimetria entre os personagens e esse contexto.
Gostei da narrativa gráfica em alguns pontos, mas achei um tanto monotemática na representação dos humanos, expressões que pouco diziam.
A história de Sangri La em si é simples, tangencia uma série de pontos muito corriqueiros em questionamentos e contestações da contemporaneidade, consumismo, conformismo, falsa liberdade, liderança, escolhas, preconceito, redes sociais, achismo/opinismo exarcebado.
Todos esses temas são tangenciados de modo simples, sem nenhum objetivo professoral e não fica dissociado de uma representação gráfica em alguns pontos interessante e forte.
Isso é permeado com apenas uma relação interpessoal (entre os irmãos Scott e Virgilio) os demais personagens pouco dizem se considerados em si mesmos.
A parte final do quadrinho é lindíssima, muda, e amarra bem as pontas daquilo que pra mim é a mensagem da história, independente do que se passe, do que se faça ou como, e de quantos mundos ou planetas se destruam ou se construam o que define o homem é sua condição humana.
A galera sommelier de papel lerá o gibi entumecido e teso, gibi grandão, com papelzão que eu não sei o nome e um leve odor amadeirado de taninos fortes.
No mais, eu como um angustiado hater do Lemire sofri um pouco com esses rostos de personagens que me lembraram aqueles rabiscos que ele faz. Mas isso deve ser mais um sintoma da lemirização do mundo do que uma avaliação honesta da arte. Fica ao dispor do leitor!
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