GIBITECA ÂMAGO Parte 01: DETECTIVE COMICS 01 ( Março de 1937 )

Seis páginas! Meras seis páginas! Era com bem pouco espaço que se contava uma história em quadrinhos na Era de Ouro. E isso se torna ainda mais rápido quando o personagem se chama SPEED Saunders (apelido do detetive Cyrill Saunders).
A história Polícia do Rio foi publicada no primeiro número da revista Detective Comics, a mesma que, alguns anos depois, daria ao mundo um certo... Batman! Mas antes mesmo disso, a revista trazia uma coletânea de histórias de suspense e policiais. O título foi o terceiro de uma nova linha pelo Major Malcolm Wheeler-Nicholson, que já escrevia pulps e... bem... não estava lá passando por um bom período em seus negócios, verdade seja dita.
Após uma ativa carreira militar, o Major Malcolm passou a não apenas fazer críticas contra alguns escalões e bastidores militares (o que lhe rendeu muita dor de cabeça devido a processos), mas também a escrever contos de ficção histórica e militar, utilizando seu conhecimento na área. Com o tempo, enveredou pelo mundo das revistas em quadrinhos (que estava ali, lado a lado com o mundo da literatura pulp), mas estas tinham como regra REpublicar material já publicado como tiras em jornais. Como várias tiras já tinham "dono", Malcolm decide publicar material original próprio. No meio disso, cria as revistas "New Fun: The Big Comic Magazine" (que, além da iniciativa do material original, também tinha um diferencial em seu formato, sendo maior do que as concorrentes, o que justifica o 'Big' de seu nome) e a New Comics, que futuramente se tornaria a Adventure Comics. No meio desse novo negócio, Malcolm decidiu tornar-se ainda mais independente e fundou a empresa National Allied Publications.
Mas as coisas não saíram exatamente como o esperado. Os pontos de venda para onde suas revistas iam começaram a desacreditar em estocar o material. Acreditavam que personagens desconhecidos (afinal, eram novos e originais) teriam mais problemas em cair na popularidade do que as outras revistas, que já republicavam tiras de personagens já conhecidos dos jornais. Isso, junto a problemas em suas finanças pessoais (sua esposa chegava a se desesperar por falta de dinheiro até mesmo para pagar o leite das crianças), começou a tornar sua visionária empreitada em um verdadeiro pesadelo.
Muito endividado, chegou a ser obrigado a aceitar o dono da gráfica, Harry Donenfeld, e seu respectivo contador, Jack S. Liebowitz, como sócios em sua empresa. Foi nesse tempo que surgiu a última revista sob sua gestão, a Detective Comics, nome também pelo qual a empresa passou a ser conhecida. Ironicamente, no futuro, a empresa se popularizaria como DC Comics.
Foi na primeira edição de Detective Comics que foi criado o detetive Speed Saunders, criado por E. C. Stoner. A rápida aventura mostra o personagem como um operativo em uma unidade da Patrulha do Rio, tendo um momento de relaxamento interrompido por um caso de cadáveres de chineses que estão aparecendo no rio. Com permissão de seu chefe, Saunders prefere seguir as investigações sozinho (a figura do detetive durão era um recurso comum nos pulps). Infiltrando-se, chega a trabalhar por semanas como estivador nas docas, até investigar uma suspeita escuna que nunca desembarca sua carga. Apesar do disfarce, o detetive é jogado ao mar pelos que ele julga serem criminosos, mas consegue nadar até um lugar seguro e arrumar um barco com um amigo. Acaba por descobrir um esquema de contrabando de escravos chineses, sendo que os doentes estavam sendo jogados ao mar.
Speed Saunders parece ter um carisma peculiar perante os outros personagens. Além de ousado, é irônico diante de uma situação ao qual sua vida corre risco, seu chefe lhe concede todas as permissões que pede sem questionamento, já aparenta ter certa fama entre os locais e não pestaneja em abordar os vilões sozinho.
Esta história foi publicada no Brasil em Maio de 1937, na primeira edição da revista Mirim, pelo Grande Consórcio Suplementos Nacionais. Essa edição da Mirim era acompanhada por histórias do Sargento King, Manequinho, Raffles, Dona Lindinha, Cazuzinha, Az Drummond, Mandrake, Clifford B. Harmon, Gatinha Princesa, Pinduca, Paulinho e Popeye.
Mas Steve Saunders também foi trazido para dias mais, digamos, contemporâneos do Universo DC. Mais especificamente, nas histórias da Sociedade da Justiça, onde ele, avô da personagem Mulher Gavião, revela segredos sobre a heroína.

(Artigo publicado originalmente no blog Âmago: http://quadrinhosdarkmarcos.blogspot.com)

Seis páginas! Meras seis páginas! Era com bem pouco espaço que se contava uma história em quadrinhos na Era de Ouro. E isso se torna ainda mais rápido quando o personagem se chama SPEED Saunders (apelido do detetive Cyrill Saunders).
A história Polícia do Rio foi publicada no primeiro número da revista Detective Comics, a mesma que, alguns anos depois, daria ao mundo um certo... Batman! Mas antes mesmo disso, a revista trazia uma coletânea de histórias de suspense e policiais. O título foi o terceiro de uma nova linha pelo Major Malcolm Wheeler-Nicholson, que já escrevia pulps e... bem... não estava lá passando por um bom período em seus negócios, verdade seja dita.
Após uma ativa carreira militar, o Major Malcolm passou a não apenas fazer críticas contra alguns escalões e bastidores militares (o que lhe rendeu muita dor de cabeça devido a processos), mas também a escrever contos de ficção histórica e militar, utilizando seu conhecimento na área. Com o tempo, enveredou pelo mundo das revistas em quadrinhos (que estava ali, lado a lado com o mundo da literatura pulp), mas estas tinham como regra REpublicar material já publicado como tiras em jornais. Como várias tiras já tinham "dono", Malcolm decide publicar material original próprio. No meio disso, cria as revistas "New Fun: The Big Comic Magazine" (que, além da iniciativa do material original, também tinha um diferencial em seu formato, sendo maior do que as concorrentes, o que justifica o 'Big' de seu nome) e a New Comics, que futuramente se tornaria a Adventure Comics. No meio desse novo negócio, Malcolm decidiu tornar-se ainda mais independente e fundou a empresa National Allied Publications.
Mas as coisas não saíram exatamente como o esperado. Os pontos de venda para onde suas revistas iam começaram a desacreditar em estocar o material. Acreditavam que personagens desconhecidos (afinal, eram novos e originais) teriam mais problemas em cair na popularidade do que as outras revistas, que já republicavam tiras de personagens já conhecidos dos jornais. Isso, junto a problemas em suas finanças pessoais (sua esposa chegava a se desesperar por falta de dinheiro até mesmo para pagar o leite das crianças), começou a tornar sua visionária empreitada em um verdadeiro pesadelo.
Muito endividado, chegou a ser obrigado a aceitar o dono da gráfica, Harry Donenfeld, e seu respectivo contador, Jack S. Liebowitz, como sócios em sua empresa. Foi nesse tempo que surgiu a última revista sob sua gestão, a Detective Comics, nome também pelo qual a empresa passou a ser conhecida. Ironicamente, no futuro, a empresa se popularizaria como DC Comics.
Foi na primeira edição de Detective Comics que foi criado o detetive Speed Saunders, criado por E. C. Stoner. A rápida aventura mostra o personagem como um operativo em uma unidade da Patrulha do Rio, tendo um momento de relaxamento interrompido por um caso de cadáveres de chineses que estão aparecendo no rio. Com permissão de seu chefe, Saunders prefere seguir as investigações sozinho (a figura do detetive durão era um recurso comum nos pulps). Infiltrando-se, chega a trabalhar por semanas como estivador nas docas, até investigar uma suspeita escuna que nunca desembarca sua carga. Apesar do disfarce, o detetive é jogado ao mar pelos que ele julga serem criminosos, mas consegue nadar até um lugar seguro e arrumar um barco com um amigo. Acaba por descobrir um esquema de contrabando de escravos chineses, sendo que os doentes estavam sendo jogados ao mar.
Speed Saunders parece ter um carisma peculiar perante os outros personagens. Além de ousado, é irônico diante de uma situação ao qual sua vida corre risco, seu chefe lhe concede todas as permissões que pede sem questionamento, já aparenta ter certa fama entre os locais e não pestaneja em abordar os vilões sozinho.
Esta história foi publicada no Brasil em Maio de 1937, na primeira edição da revista Mirim, pelo Grande Consórcio Suplementos Nacionais. Essa edição da Mirim era acompanhada por histórias do Sargento King, Manequinho, Raffles, Dona Lindinha, Cazuzinha, Az Drummond, Mandrake, Clifford B. Harmon, Gatinha Princesa, Pinduca, Paulinho e Popeye.
Mas Steve Saunders também foi trazido para dias mais, digamos, contemporâneos do Universo DC. Mais especificamente, nas histórias da Sociedade da Justiça, onde ele, avô da personagem Mulher Gavião, revela segredos sobre a heroína.

(Artigo publicado originalmente no blog Âmago: http://quadrinhosdarkmarcos.blogspot.com)
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