
A Guerra das Piadas e Charadas se intensifica, e cada vilão é pressionado a escolher um lado, deixando Coringa e Charada no comando de seus próprios exércitos de maníacos. Para proteger Gotham da total devastação e acabar com o conflito, até o Cavaleiro das Trevas será obrigado a se aliar a um dos lados. Resta saber qual é o menor de dois males: Coringa ou Charada?
(Batman 28-29)
Revista tradicional
17 x 26 cm
52 páginas
Papel LWC
Capa Couché, Lombada Canoa (Grampeada)
R$ 7,50
Distribuição Nacional
3º série
Chega um momento num gibi, do run de um autor, onde o que é inspirado, o que é criado, o que o cara quer fazer com os personagens, com a série e com o universo fica "pequeno" demais para suas ideias. O cara quer destrinchar, quer tirar o máximo proveito, quer colocar aquela "cena memorável" no run, quer causar mesmo.

Chega um momento que as ideias do autor estão tão "avançadas" que podem até mesmo ser mal interpretadas, mal aceitas e criticadas pelo fandom. Se tem uma máxima nos quadrinhos é que nenhum autor é maior do que os personagens. Talvez o Alan Moore. A questão é: será que o autor pode contorcer as regras da verossimilhança a fim de querer contar uma boa história? Será que é permitido quebrar essas regras? Ousar ir além? Daria para fazer um Homem-Aranha com história no espaço, uma história de amor com o Justiceiro, um Quarteto Fantástico com história introspectiva ou um Vingadores com história com teor do cotidiano?

Sim, é possível, dependendo da habilidade desse autor. Pelo menos é nisso que acredito. E regras são feitas para serem quebradas por aqueles que ousam e tem a habilidade necessária para transcender essas regras. Se não fosse assim, a gente, a humanidade, ainda estaria engessada em velhos dogmas, velhas maneiras de se pensar e não teríamos acesso a obras de valor incontestável, como o Ulysses de James Joyce, ou o Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa. Já pensou como seria se os seus autores estivessem presos a velha forma do romance?

É por isso que temos que ser gratos a Tom King. É por gibi como esse que devemos achar o cara foda. É por isso que leio essa porra e acho sensacional. Não é pra ler o "comum", o "feijão com arroz", o "básico", o "operário". Pra isso eu pego qualquer outra história do Batman das milhares que tem por aí, boas e ruins. Eu leio isso aqui pra ter um "respiro", um "alívio" do comunzinho e alçar novos voos. Porque esse gibi é isso: é um novo voo, o cara não se preocupa se não faz sentido, ou se altera um ou outro ramo do "lore", do conhecimento do personagem, o importante é atingir uma BOA HISTÓRIA, esse é o propósito de todos que roteirizam, eu acredito. Acho que nem o Scott Lobdell e o Dan Slott acordam e pensam "porra, hoje vou criar uma história ruim pra caralho" em seus ofícios (talvez o Slott sim).

Sei que tem nerdy que vai chiar. Que vai achar uma merda que o Bruce Wayne marcou um jantar com o Coringa e o Charada para discutir os rumos da guerra. Sei que vai ter neguinho que vai dizer que é "impossível" o Exterminador e o Pistoleiro ficarem lutando por cinco dias e não se matarem. Que vai ter nêgo chato do caralho (do mesmo tipo que reclama das balsas lá em Cavaleiro das Trevas - O Filme) reclamando porque o Coringa não explodiu todo mundo no jantar, porque o Bruce se arriscaria a falar com o Coringa se aquele merdaum do Snyder estabeleceu que o Coringa podia até saber a identidade do Batman, que o Batman mandou reféns pra morte certa, enfim, um monte de críticas vão surgir.

Pra esses críticos eu só tenho a responder para o Tom King: BRAVO, BRAVÍSSIMO. BRAVO TOM REI. BRAVO
Desnecessário dizer que o DOBRO dos elogios vai ao Mike Janín fazendo MÍSERA na arte, como de praxe. A capa também do mesmo tá FUDEROSA. Excelente edição.

Charada rindo da cara dos nerdys tetudos que tiveram indigestão com essa história
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