
O Curinga
R$26,90
Há meses que Constantine tem sentido uma crescente sensação de forças misteriosas se avolumando logo além do alcance dos seus sentidos. Agora que resgatou sua sobrinha Gemma das garras de um mago rival, John pode se concentrar em descobrir a origem dessa sensação incômoda. E os sinais estão mudando de sutis para muito óbvios. A principal meta passa a ser, como sempre, a sobrevivência. Não haverá descanso até que descubra o real inimigo por trás da ameaça e, para isso, é necessário partir juntando pistas espalhadas por uma trilha dispersa ao redor do planeta. Enquanto as peças lentamente se encaixam, o fedor de apocalipse iminente fica ainda mais forte. resta pouco tempo.
MIKE CAREY (LÚCIFER, O INESCRITO), MARCELO FRUSIN (LOVELESS - TERRA SEM LEI), JOCK (OS PERDEDORES) e LEE BERMEJO (Lex Luthor: Homem de Aço) continuam a saga de John Constantine na nova coleção, CONDENADO. Esta edição traz as publicações originais Hellblazer 182 a 188, em 168 páginas.
Hellblazer Condenado - O Curinga
Eu comecei não entendendo nada na escolha do nome do encadernado. Essa versão encadernada(edições 182 a 188) lá fora saiu com o nome Black Flowers, mas pesquisando percebi que uma versão encadernada maior (que corresponderia aos 2 primeiros encadernados), se chamou The Wild Card, que é basicamente “Curinga”.
Continuo intrigado pela escolha do nome. Um Curinga aqui só aparece mesmo em 1 quadro da edição 184 - que é a capa do encadernado. Não tem nada de tão essencial assim, podia ser qualquer outra carta, ou qualquer outro objeto. Não peguei outras referências de importância a ponto disso virar o nome do encadernado.
Se alguém pescou alguma referência ou explicação ai, por favor traga a luz a esse claudicante assunto.
Ah e um momento cultural, é COringa ou CUringa? A Panini errou novamente na capa de um cadernado ou não? Tirem suas conclusões:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/cult...2uttrodmq.html
E como eu problematizei capas quando falei do encadernado anterior, dessa vez ao menos escolheram uma capa interessante, aliás, quase todas dessas edições são muito boas. Dave Mckean deu uma piscadinha pra elas.
Flores Negras - Uma história legal, ainda retomando algo central no personagem, de estar enroscado com Demônios que buscam por ele como ajuda.
Angie volta de vez pra história, de novo me soando aleatória, parecendo que vai ser usada pra conectar Constantine aos eventos ou simplesmente dar meios dele ter diálogos, fica um tanto estranho. Inclusive a pobre coitada nem tem la uma personalidade pra ser percebida, é assustada ou medrosa? É piadista ou so reativa? É ocultista ou nao sabe nada? La pras tantas ela se diz honrada, enfim, pra alguém que ja apareceu tanto podia ser melhor pensada. Inclusive pra uma serie com ótimas coadjuvantes femininas, que acabam tendo uma relevância na história para além do papel de par românticos donzela em apuros isso aqui tem sido um ponto baixo.
Carey tá com um fetichezinho em recitação de magia, esse palavrório magico me lembra algo de O Inescrito, ainda que ali feito com uma dinâmica bem mais relevante. Tem vários “movimentos magicos”, invocações, uso de objetos etc, acho interessante. Esses expedientes no arco do Azarello quase nunca apareciam, ficavam no máximo subentendidos (os cigarros queimando no arco da prisao), eram postos lá como naturais, sem muita explicação, o que eu tb acho uma opção honesta.
O final é um tanto confuso, tanto gráfica quanto textualmente, mas a história tem umas premissas legais, conexão com lendas e lugares ancestrais etc, algo que o Jenkins explorou muito.
A arte aqui é interessante, desenharam um demônio menos infantil ao menos. .
Terceiros Mundos - Um bom momento mbb-topico-da-PANINI pode surgir aqui com a galera que faz ego-surfing-de-erro-de-gibi-sem-ler-o-gibi achando que teve balao trocado heim! Aguardemos um Corte das Corujas II.
Monstro do Pantano aparece, um grande coadjuvante sempre que surge. Impressiona como geralmente os autores conseguem escrever bem o Monstro. Tem uma piadinha pra iniciados na fase do Moore, referência a uma dos grandes momentos.
As três partes seguem uma estrutura meio tola, caminham basicamente pra dizer, “siga até a próxima casa”. São histórias com uma ligação pequena entre si e sem grande conteúdo em cada uma delas.
Na parte 2 mesmo ele queria conversar com a mulherzinha lá, mas foi julgado, “se inocentou” e foi dormir no deserto sem conversar? Pra q foj la?
A parte 3 tem um conceito interessante de 2 planos se autoreferenciando entre o sonho/delirio e a realidade, mas achei mal construido. De toda forma, O Inescrito mandando lembranças de novo. Tem um jogo de confissoes de Angue com a Aborígene que parece ser o ponto pra solução da história, mas não faz muito sentido.
E nessa sao 3 edições de busca por um conhecimento que Constantine diz ter descoberto mas que agora tem outra coisa pra entender… é o ponto baixo do encadernado pra mim.
Entranhado nos ossos - A história não é do Constantine, é da Gemma, envolvida numa situação por uma atuação passada do tio, e desenrolando a história como quem conta o que fez para John, mas estabelecendo um limite de não se tornar ele.
Coisas do Carey com personagens aleatórios, tem uma tal Delilah que aparece, troca telefone com Gemma e some. Talvez retorne depois? Assim espero
A história tem uma narrativa complexa pra amarrar os pontos, pq ela parte de um evento passado que só vai se explicando no percurso. É arco pra ler de uma vez só, e eu mesmo retornei a primeira edição pra entender o conjunto todo.
É uma boa história de terror, com uma atmosfera e principalmente uma arte que lembra demais Hellboy/Mignola, o que não é de jeito nenhum um demérito. Pra mim é o ponto alto do encadernado.