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Depois de passar um ano e meio conhecendo os recantos mais obscuros dos Estados Unidos, John Constantine voltou ao lar para juntar os cacos do arremedo que chama de vida. O porto de chegada não poderia ser mais propício: a paisagem decadente e a atmosfera de desespero de Liverpool combinam perfeitamente com o estado de espírito atual do mago.
Mas ele nem bem pisou em terras inglesas e já precisa encarar uma ameaça necromante cujo epicentro está localizado no prédio da irmã. E, pior, precisa lidar com o fato de Gemma, a sobrinha, estar seguindo seus passos! No afã de aprender o ofício do tio, a jovem foi até Londres e se envolveu com predadores que sentiram o cheiro do sangue da família Constantine que corre nas veias dela. Tudo isso enquanto precisa partir em busca de um misterioso artefato. bem-vindo à Inglaterra, Constantine!
Este encadernado marca o começo da republicação da fase de MIKE CAREY (LÚCIFER, O INESCRITO), com desenhos de MARCELO FRUSIN (LOVELESS - TERRA SEM LEI) e participação especial de STEVE DILLON (PREACHER) e JOCK (OS PERDEDORES). Esta edição traz as publicações originais Hellblazer 175 a 181, em 176 páginas.
Não achei tópico de avaliação disso aqui, se tiver por ai, escusem-me.
Eu não havia lido a fase do Carey, malmente passei as vistas em uma coisa ou outra na época da finada Vertigo Magazine, como gosto de ler "de vez" acabei esperando, e nunca fazendo. Por uns comentários esparsos que vi do pessoal aqui parece que costuma ser descrita como uma fase um tanto irregular, e abaixo do Jenkins, Ennis e Delano.
Só li esse primeiro encadernado até agora, já passarei ai seguinte, serão ao todo 6. Por esse primeiro eu diria que já me agrada mais que a fase do Jenkins.
A primeira história em 2 partes (O Barato da Vida) é uma espécie de prelúdio pra história maior que dá nome ao encadernado, ou até desconfio eu um prelúdio da própria fase como um todo, já que ele retorna a uma série de elementos naturais do Constantine, muitos totalmente em desuso pelo Azzarello e acho que até um tanto distantes também na curta passagem do Ellis.
Essa primeira história já localiza de volta o personagem a Inglaterra, em contato com sua família, sem problematizar demais a ideia de que teria sido dado como morto. É introduzida uma personagem nova, de uma forma um tanto aleatória, mas a historia como um todo é interessante e planta coisas boas pro que segue.
Sepulcro Vermelho é a história principal do encadernado, e ai várias coisas são retomadas, o próprio Chas retorna, personagens bem interessantes de fases antigas como o Map (um puta conceito na minha opinião, que salvo engano é coisa do Jenkins), Clarice, as redes de ocultismo, os relacionamentos de Constantine, todos amarrados com participação da sobrinha dele, arrastando a família novamente pros problemas do personagem, como já se viu em outras vezes.
Gostei bastante da história, a dinâmica é interessante, o personagem aparece jogando com vários lados, manipulando-os dentro de um fio que faz sentido, sem soluções muito simples ou pouco coerentes. Só me pareceu absolutamente estranha a tentativa de participação da personagem nova introduzida no arco anterior, meio sem conteúdo, sem acrescentar o que valha, talvez algo se desenvolva mais pra frente?
A última história ainda conversando com consequências das histórias anteriores, e retomando já um gancho pra subsequentes. Trabalha um conceito interessante (o espirito agindo e não o corpo) mas não é nada demais. Cumpre seu papel talvez, de passagem de um arco a outro.
A arte pra mim não funciona tanto, seja por achar que a arte que realmente caracteriza o personagem é o que se fez nas fases do Delano e do Ennis - e olha que o Steve Dillon tá aqui de novo - seja por não entregar nada muito digno de nota em nenhum aspecto. Aí talvez seja até mais um sintoma do tempo, acho que na altura dessas histórias, já em 2002, a Vertigo já tinha uma cara bem diferente, uma pegada que fica muito marcada no campo da fantasia com Fábulas, que é uma série da mesma época.
A arte da última história é especialmente decepcionante, com a caracterização daqueles 3 demônios numa pegada praticamente anime, péssimo, talvez uma semente do Constantine dos Novos 52 aparecendo pra aterrorizar desde cedo.
E a panini segue a sina de geralmente escolher a capa mais desinteresse entre as que tem pra colocar na frente do encadernado.
Outras questiúnculas editoriais, eu não notei.
Enfim, gostei bastante do encadernado, acho que é o tipo de coisa que com um outro tipo de arte se consagraria muito bem.
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