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[AVALIAÇÃO] Batgirl Renascimento #2

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  • [AVALIAÇÃO] Batgirl Renascimento #2



    Bárbara Gordon voltou ao bairro de Burnside - seu lugar preferido no mundo - após sua "turnê" pelo Oriente, porém o que encontrou por lá não foi exatamente o que a heroína se lembrava. E, enquanto tenta entender a situação e organizar seus próximos passos, precisa também lidar com o novo magnata das tecnologias que invadiu sua vizinhança: ninguém menos que Ethan Cobblepot. o filho do Pinguim. E talvez essa fosse até uma missão simples para Bárbara, não fosse um obstáculo bastante complicado que ameaça ficar em seu caminho e acabar com sua carreira e com a comunidade que ama: seu coração!

    Conseguirá a Batgirl lidar com seus sentimentos e salvar o dia? E, mais importante, será que o que ela entende como uma ameaça é realmente um perigo. ou apenas o futuro chegando?

    (Batgirl 7-11, Batgirl Annual 1 [II])


    Publicação eventual
    Formato 17 x 26 cm
    136 + 4 páginas
    Lombada quadrada
    Capa cartão, papel LWC
    R$ 21,90
    Distribuição nacional
    -------------------------

    Continuando as aventuras de nossa heroína vistas no primeiro volume, e devo dizer que parece que o fator novidade se expirou... . O que é no mínimo de se estranhar já que é da mesma autora do primeiro, que teve um ritmo frenético e era divertido. O gibi ainda é bom, ainda é bem feito, e o ritmo está ok. O problema é que por vezes soa burocrático demais..., pra terminar apenas de maneira idiota.





    O gibi já começa com essa problematização do caralho, de vândalos que querem entrar numa loja de animais e jogar merda em tudo porque a mesma fechou a loja de café que tinha antes..., sente o drama... , isso poderia até ser engraçado se FOSSE AUTO-ZOANDO essas paradas ridículas. Porque a única coisa que acontece é a Batgirl corroborando com isso, enfrentando uma série de problemas criados por aplicativos que """"""""""""resolvem""""""""""""""" mazelas sociais, como vagabudnos dormindo na rua (nada contra, mas o carinha que é levado pela carrocinha consegue se superar no quesito, fazendo uma "barraquinha" no meio da rua) ou algo simples como uma "carona" a pé para mulheres sozinhas na night (isso existem mesmo, tem um até voltado para mulheres bêbadas).



    Burnside: a Higienopolis de Gotham


    Barbara é moderninha, trabalha com TI, tem amigas lésbicas que dividem o apartamento com ela, mas não a querem chupar, vai pra festa da piscina de abertura de boate a noite, ajuda criancinhas na biblioteca de Burnside (a maioria das cidades tem UMA biblioteca, em Gotham, tem o bairro com biblioteca própria) a programarem linguagem de computador porque no futuro ninguém mais vai saber ler e escrever. É tudo tão millenial que chega a dar nojo, o pior é que não é nem criticando e nem abraçando a perspectiva, é apenas dizendo "ela está lá, aceite", mas isso é muito acovardamento da roteirista pro meu gosto.





    Eu posso estar ficando velho, mas não achei isso uma diversão láááá muito grande. Na verdade, parece que o gibi "tenta" demais ser moderninho. A trama é que vários aplicativos criados pela empresa IcForm estão sendo mal utilizados pelo público. Quem é o dono da empresa é ninguém menos que Ethan Cobeplot, filho do Pinguim. Aí enquanto a Barbara precisa colocar sua vida em ordem, fica resolvendo os problemas gerados pelos tais aplicativos e no meio do caminho acaba se envolvendo com o Cobeplot em pessoa.





    A história cria um conflito entre Ethan e o seu pai, o Pinguim, pois Ethan foi rejeitado. E por conta disso, as pessoas realmente estão sendo manipuladas pelos aplicativos, a ponto de Ethan dar piti quando vê Barbara andando de motoca de madrugada na garupa com Dick Grayson, ex-rola amiga da Barbara. Se a pessoa visse isso tinha nada que desconfiar não. Em defesa da Barbara, Ethan já havia encerrado o namoro antes de a vigiar e tomar medidas retaliativas por Barbara ficar vendo outro.



    rola-amiga bom é esse aí, que aparece na casa da mulé sem nem ela chamar. "É só um amigo de passagem"


    Até o último momento, apesar de ter um estilo que poderia ser chamado de irritante por muitos, a história estava sendo bem conduzida. Ainda num tom mais ingênuo e "de menina" do que de costume (e que não vi no primeiro volume), mas geralmente a Barbara é uma personagem bem inteligente e legal. Só que o final é pra se fuder... Hope Larson EXAGERA na extrapolação do uso indiscriminado dos aplicativos e faz com que Ethan, agora auto-intitulado "Sol Negro" (tem uma explicação bem idiota dos editores pelo nome) use aplicativos para literalmente CONTROLAR AS PESSOAS devido a ondas cerebrais dos aparelhos controladas pelo seu traje. Tá certo que "ciência de gibi" não precisa ser real, mas também é preciso ter certa lógica e coerência...






    A solução apresentada só não é mais idiota do que o próprio poder do vilão e que a roteirista conseguiu inserir ANTES a solução para o problema na história. Foi orgânico, mas também muito burocrático. Após derrotar o vilão, Barbara dá uma festa de boas vindas a sua amiga negra e lésbica que ia abandonar o apartamento, mas desistiu, porque a mulher dela é aquelas sapatas que querem ser homem, e isso é feio demais (mas sem preconceito com pessoa trans masculino). O gibi termina numa grande festa de chupa-charque e soy-goys.




    Trama ok, o problema aqui é o estilo. A autora ABUSA DEMAIS da paciência do leitor com essa vibe "redes sociais, apps, sou ku e deskolado, tem que ajudar a comunidade", porque Burnside é tipo uma CIDADE DENTRO DE UMA CIDADE que tem biblioteca própria e até mesmo um museu de arte. Se você quer saber como seria um gibi escrito por um hipster, esse aqui é pra você. O volume anterior ainda disfarçou bem porque envolveu um mochilão pela Ásia e isso é ainda incomum para a maioria das pessoas. Mas ver a Barbara reclamando de gentrificação num lugar que só tem rico pra caralho e de tema de bar de lavanderia é a puta que pariu. Arte bem boa de Chris Wildgoose, mas sem inspiração nenhuma. Às vezes cansa. Só não foi um martírio terminar a leitura porque a narrativa flui bem.




    Previsão do Tempo: Barbara fica enrolando a amiga chupa-charque dela para sair para comemorar o "níver de amigas" (será que é preconceito se eu disser que é muito coisa de menina isso?), quando finalmente aparece a oportunidade, Barbara está a procura de um cara perigoso. É claro que ela leva a amiga junto, sem saber que Barbara é a Batgirl, para o encontro e para prender o maníaco. História bem boba e inofensiva, meio engraçadinha, mas que infelizmente não coloca a amiga da Barbara a fim de chupar a charque dela. O desenrolar é bem idiota, com direito a Barbara usar golpes em frente a amiga e a própria descer o cacete no maníaco, isso sem contar as explicações esdrúxulas que nunca são questionadas. Mas pelo menos não se alongou por várias páginas, apenas por algumas, visto que é de um especial. Arte no mesmo nível da série e apelando para o mangá de Eleonora Carlini.





    Com esta edição me despeço do título. A vida é boa demais e o dinheiro curto demais para ficar comprando Batgirl, mas tá longe de ser um gibi ruim.
Working...
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