
Na Cozinha do Inferno dos anos 1970, mulheres de família sabiam bem a que lugar pertenciam - e não era nas ruas coletando pagamentos para a máfia irlandesa. Mas, quando os maridos criminosos de Kath, Raven e Angie foram presos, elas não tinham outra opção para ganhar a vida - e descobriram que eram muito boas no novo ramo.
Tão boas que chamaram a atenção dos tubarões. Enquanto expandiam as operações e consolidavam o domínio no oeste de Manhattan, um conflito com os altos escalões da máfia se mostrava inevitável. Se fizerem os lances direito, a cidade pode ser delas - pelo menos enquanto os segredos que deixaram pelo caminho permanecerem bem enterrados.
Reunindo as oito edições da minissérie original produzida por Ollie Masters, Ming Doyle e Jordie Bellaire, A COZINHA: RAINHAS DO CRIME abre uma janela suja e trincada para uma era do passado de Nova York e lança luz sobre as ambições que fomentaram a ascensão da cidade.
The Kitchen #1 a #8
176 páginas - R$27,90
Pra início de conversa, a HQ falha em sua premissa básica: mostrar o desafio de três mulheres (Kath, Angie e Raven), vivendo nos EUA dos anos 1970, que se veem “forçadas” a assumir os negócios dos maridos gangsteres, após os mesmos serem presos. O roteiro de Ollie Masters simplesmente ignora esse contexto, não abordando – nem de longe – os obstáculos que seriam colocados diante de três mulheres nessa situação. Todo mundo aceita, praticamente sem contestação, o fato de elas assumirem o comando de uma organização criminosa e se inserirem em um universo dominado por homens.
Na verdade, a escalada de poder das protagonistas é até fácil demais. Elas começam recolhendo dinheiro na Cozinha do Inferno, daí matam um cara que oferece resistência, depois outro que tenta chantageá-las e, pouco depois, já estão negociando, de igual para igual, com um chefão da máfia. Mesmo vivendo cercadas por assassinos, mafiosos e maridos raivosos, Kath, Angie e Raven não são ameaçadas em momento algum. Nem o sequestro do filho de Kath representa grande problema, pois a situação é rapidamente contornada.
Pra completar, a arte é bem ruinzinha. Ming Doyle tem sérias dificuldades com conceitos básicos, como anatomia, proporção e perspectiva, além de construir cenários extremamente pobres, que sequer parecem “reais”.
Comment