
Atalanta, lendária guerreira perdida e tia-avó de Diana, foi encontrada, mas nem mesmo a força combinada de três amazonas - reforçada pelos poderes de Aztek - parece ser o suficiente para derrotar a ameaça que se avizinha. Só resta uma saída: o Arco de Rá!
(Wonder Woman 53-55)
Formato americano (17 x 26 cm)
48 páginas
Papel LWC
Capa couché, lombada canoa
R$ 8,90
Distribuição nacional
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Conclusão da história "O Inimigo dos Dois Lados" com mais TRÊS PARTES numa edição de menos de 10 reais! É uma verdadeira pechincha nos dias atuais. Além de terminar aquela pendenga envolvendo Tatilopiroca, o inimigo deus azteca da Azteck, Diana e Ártemis levam Atalanta para as Bana-Mighdal apenas para encontrar uma liderança muito diferente do que Ártemis e Atalanta estavam acostumadas. Cabem as amazonas agora lutar pelo que é certo.

Apenas a primeira história do gibi tem a arte de ACO. Nas duas edições seguintes a arte fica a cargo da dupla Raul Allen e Patricia Martin, e não deixando nada a desejar, também entregando uma arte muito boa. Por que eu comecei falando da arte do gibi? Porque eu tenho a impressão que é ela que faz MELHORAR o roteiro canhestro do Steve Orlando. Orlando é conhecido por escrever muita bosta, e dentre a pior com certeza temos o seu Liga da Justiça da América que em seu final não passou de um festival de citação a outros gibis mais interessantes. Aqui ele tá até legível. Mas eu suspeito que isso se dê unicamente devido a habilidade dos artistas envolvidos.

Um exemplo disso é que a história envolvendo os deuses astecas é um festival de diálogos ruins, parecendo até que eu tô lendo uma porra duma redação sobre os deuses antigos, uma viagem danada. Mas a arte do Aco, suas sequências fuderosas e sua narrativa bacana deixam tudo mais tolerável. Tem trechos que mesmo assim ainda são um suplício de se ler. A história é "dura" e só é legal mesmo pela arte.

Austrelopiroca, o deus asteca da safadana. Vão matar a humanidade com a sua chatice
Depois a coisa fica um pouco mais interessante com a chegada das amazonas a Bana-Mighdal. Já na arte da dupla Allen e Martin, o gibi ganha mais folego e OBRIGA o Orlando a trabalhar a narrativa, já que a dupla faz uma arte mais convencional, mas ainda assim muito bonita. O texto fica menos carregado e até que a história flui bem, mas ainda é uma história morna. Atalanta, Diana e Ártemis chegam para as Bana-Mighdal, e mesmo Atalanta sendo reverenciada, a regente atual, Faruka põe todo mundo na prisão. Rola um diálogo enfadonho. Rustam chora porque é um bosta que ninguém se importa e por isso se aliou as Bana-Mighdal pra botar no cuzinho do Quarak. A história tem esse "requinte" de enfiar o Rustam, um dos vilões mais bosta que se tem notícia, na história.

A história é tão confusa e começa a tomar ares "Snyderianos" quando na sala do trono de Faruka, Rustam dá um chega pra lá na Mulher Maravilha e quando ela prontamente regressa, todo mundo já havia se recolhido, ficando apenas as soldados Bana-Mighdal, Atalatanta foi enviada para uma prisão e Faruka, Rustam e Ártemis partem para guerra contra o Quarak. Uma verdadeira arte de economia na narrativa. Pra que sentido lógico?

Rustam deve ter se sentido muito macho comandando esse monte de mulher
O gibi transcorre pro seu final com a Ártemis lutando contra Mulher-Maravilha, depois se aliando a ela, Rustam indo pro pau com Diana, depois Diana dá um "golpe fantasma" nele (uma nova habilidade que Steve Orlando tirou do cu, a "Perfeição Dourada", Diana também usa contra Ártemis). Aí o gibi descamba pra um conflito entre Faruka e Diana e Ártemis, mas acaba com uma porra de lição de moral. Ártemis ganha uma arma mágica nova, o Laço da Submissão da Superwoman (aquela da Terra dos heróis vilões). Pelo menos o Steve Orlando fez um trabalho legível, mas suspeito que só foi TOLERÁVEL devido ao excelente time de artistas que se dispôs.

Golpe Fantasma da Mulher Maravilha
Se a gente levar isso em consideração, o gibi podia ter sido pior. Vitória? Como eu já havia entrado no barquinho por conta da arte do Aco, beleza, mas acho que foi mais caro que a encomenda. Graças a deus próximo número não é mais o Steve Orlando quem escreve, mas a substituta não é assim tão promissora: G. Willow Wilson que se tornou a nova melhor escritora de gibis de todos os tempos desde que colocou um turbante na cabeça. Cada um tem seu "namoradas no refrigerador" que merece. Eu já comprei a edição #29 com a estréia da criadora da insuportável Miss Marvel e tá traquinas. Devo comprar pelo menos as edições para fechar um primeiro arco. As próximas avaliações também serão em tópico único (se ninguém se adiantar).

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