
O coração dos homens é frio como gelo. Ninguém sabe disso melhor do que John Constantine, que já esqueceu mais sobre o mal do que muita gente jamais vai chegar a saber. O custo desse conhecimento foi alto, é claro, mas pra sorte de Constantine ele sempre teve outros por perto para compartilhar a dor. Agora, enquanto segue a jornada pelo interior mais profundo dos Estados Unidos, ele reafirma a certeza de que uma das coisas com a qual pode contar - e explorar - é a crueldade humana. Algumas coisas nunca mudam.
Hellblazer #157 a #163
172 páginas - R$26,90
Primeiro, temos ... E Enterrado, um tipo de prólogo, mostrando o reencontro com o Agente Turro, que tirou Constantine da prisão no primeiro volume de Azzarello. A trama se resume, basicamente, a um bate-papo, no qual Turro passa uma missão para Constantine. Destaque para a subtrama correndo ao fundo, sobre três conversando sobre um sujeito que, aparentemente, deu um jeito de voltar da morte. Arte de Steve Dillon.
Depois vem Congelado, arco em quatro partes que dá nome ao encadernado. A história tem aquele climão de filme de suspense/terror, com uma galera sendo obrigada a reunir em um lugar isolado, no caso uma lanchonete de meio de estrada, no meio de uma tempestade de neve foderosa.
Acho que a trama perde um pouco, por não abrir muito espaço para suspense (apesar de toda a ambientação), pois, desde o início, já sabemos quem são os sacanas ali. O lance do tal Geleiro é que cria certo mistério até o final, mas não chega a despertar tanta atenção ou curiosidade. O mais interessante, pra mim, é como Azzarello consegue dar vozes e personalidades distintas a todos os personagens.
Bons desenhos de Marcelo Frusin, que bebe MUITO na fonte de Eduardo Risso.
Por último, Almofadinhas e Ingleses, arco em duas partes, que se passa durante a juventude de John, quando ele ainda era um punk, se iniciando na arte da magia. A trama gira em torno de um ricaço, que contrata John para obter o Relógio de Rasputin, que, acredita-se, pode revelar o futuro.
Esta é uma história preferida do encadernado. Por ter apenas duas partes, é mais enxuta que o arco principal, além de mostrar um Constantine jovem e mais divertido que o atual. A história também mostra como, mesmo naquele época, John já era um filho da puta de marca maior.
O esquema que ele arruma para conseguir o tal Relógio de Rasputin é bem legal.
A arte de Guy Davis é suja e com um estilo mais “largado”, mas perfeita para o clima da trama escrita por Azzarello.
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