
Demorou, mas finalmente o Coringa resolveu dizer o que acha do casamento de seu querido Batman com a Mulher-Gato. E ele não está nem um pouco feliz… ou está. A verdade é que nunca dá para saber o que se passa na cabeça do Palhaço do Crime. De qualquer forma, prepare-se para uma das mais impactantes histórias com o vilão e esteja preparado para seja lá o que ele estiver planejando às vésperas do casamento.
(Batman 48-49)
Revista mensal
17 x 26 cm
52 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
R$ 8,90
Distribuição nacional
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Depois da engraçaralha última edição onde o Gladiador Dourado zoa a linha temporal para dar um presente ao Bruce Wayne, aqui temos uma história mais densa envolvendo Batman e Mulher Gato e o Coringa. Nela, o Coringa escrotiza um casamento apenas para chamar a atenção do Batman e ter uma espécie de monólogo reflexivo sobre a sua relação do Batman e o que sente agora que ele está partindo para amar outra. É um gibi sobre o amor.

Mas ao tratar o "amor" não é sobre o sentimento burguês que foi criado no século passado para vender bugigangas pros enamorados. Ao citar Santo Agostinho, Tom King dá "pistas" que o amor a que se refere é o amor sublime, o amor em sua forma mais pura, o amor que os escritos de Santo Agostinho falam. Acho que numa história onde o autor ousou tanto a ponto de fazer com que o diálogo praticamente se dê unicamente através do oponente do herói, Tom King quis dizer "mais do que se encontra nas linhas", com entrelinhas e camadas ainda a descobrir e que não revelam pela nossa ignorância sapiente de leitores de gibis de heróis.

Em termos de história, achei a primeira parte mais "fraca" que a primeira mesmo, ficando um pouco nublado o que o Tom King queria com essa história... , mas a segunda e última parte eu achei deliciosamente bem escrita, envolvendo desta vez a Mulher Gato e o Coringa num diálogo muito bem feito e também reflexivo entre os personagens. Não é aquele tipo de reflexão de textão como se o autor estivesse falando através dos personagens. Muito pelo contrário, aqui os personagens falam como se fossem pessoas mesmo. King consegue humanizar o Coringa mesmo depois das atrocidades cometidas por ele aqui. Ao final da história, como eu já sei o que vai acontecer quando chegar o casamento (próxima edição já!), King joga a semente que fará com que as coisas transcorram do jeito que ocorreram.

Um gibi bem bom, ainda que a sua real importância, ou mesmo compreensão, ainda estejam um pouco nublados. É preciso muita segurança do autor pra fazer o que fez aqui. Muita gente vai chiar achando que "foi uma bosta", mas é porque falta a paciência e a sutileza para apreciar, sutileza essa negada por vários outros autores ao longo da carreira recente do morcego. Na arte, Mikel Janinho dispensa maiores elogios, fazendo mísera como de praxe.

as balas que não acabam do Coringa
A Panini resolveu não dizer que a próxima edição, de número #50 americana, é que virá o casamento e resolveu propagandear o especial Batman: Prelúdio do Casamento que como vários reviews gringos já disseram é cascatinha. O melhor é se ater apenas a mensal e ao que o King escreveu. Vou ignorar solenemente o especial.
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