
Ele foi o primeiro Robin e já substituiu o Batman. Foi um superespião e dado como morto. Agora, após rodar o mundo numa batalha para recuperar sua identidade secreta, Dick Grayson está retornando a Gotham na identidade que o consagrou: o Asa Noturna! Mas retomar sua antiga vida não é tão simples quanto vestir o velho uniforme.
(Nightwing 1-4, Nightwing 7-8, Nightwing: Rebirth 1)
Especial
17 x 26 cm
164 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
R$ 24,90
Distribuição Nacional
Primeiramente, devo dizer que eu me auto-enganei pra comprar. Eu não ia NEM COMPRAR a porra da série do Asa Noturna porque eu tô legal de Batman. Batman demais enche. Nos Novos 52 só se publicava Batman na mensal do personagem, e se por um lado isso é bom, por outro acaba com a variedade do título. Os encadernados agora na nova fase Renascimento é uma boa pedida de quem quer comprar algo de um herói específico e não comprar um gibi de quase 20 paus com apenas uma história que se queira ler.

Panini, "Yanick Paquette" tem dois "t"s
Aí como eu comprei as primeiras edições de Batman - Detective Comics, e pela numeração safada o final de um arco também tinha a continuação de outro, mas que na verdade era parte de uma saga maior, A Noite dos Homens-Monstro, tive a oportunidade de ler uma das partes da série mensal do Asa Noturna e gradei sobremaneira da arte de Roge Antonio neste gibi. Mas somente agora, com o encadernado em mãos e depois de lido, que percebi que quem desenha aqui não é o Roge Antonio, e muito menos o Yanick Paquette, quem fez apenas a primeira história, a do Rebirth. Quem desenha é o Javier Fernández, que se não é ruim, também não é por quem eu comprei a porra do gibi.

Yanick Paquette NÃO desenha este gibi inteiro
Contudo, nem tudo foi de todo mal. Temos uma primeira parte desenhada pelo excelente Yanick Paquette e o artista regular do gibi, Javier Fernández é muito competente. A arte definitivamente não é o problema. É bem boa, até.

Agora em relação a história..., não é que ela seja ruim, mas tem que ser fã número 1 do Asa Noturna para acompanhar o gibi dele. Na verdade, eu ainda estou pra ver um gibi do Asa Noturna que seja relevante. A primeira parte do gibi é apenas mostrando a vida do Dick depois do final de sua série Grayson, onde vemos em Sombra do Batman e A Sombra do Batman: Grayson como acabou a vida de Dick como espião internacional. O pior é que o Dick provavelmente foi um dos mais prejudicados com o fim dos Novos 52, que os editores entenderam que levar o personagem para outros ares só faria bem a ele, porém devido ao atravessamento do Renascimento essa fase foi sequer arranhada.

Dick está na missão pessoal de liquidar a Corte das Corujas. Um objetivo sensato e que renderia uma trama muito boa por anos de histórias. Só que agora o Asa Noturna vai SE INFILTRAR NA CORTE DAS CORUJAS pra derrubar eles de dentro... . Isso não faz sentido nenhum. Aliás, faria sentido se o Dick ainda fosse um espião! Então, eu ACHO que estou lendo uma trama requentada que não foi utilizada na fase espião pelo roteirista, aqui o Tim Seeley, que nem sei se foi o mesmo roteirista da fase Grayson, mas que a trama é requentada com esse negócio de infiltração, tenho quase certeza.

Eu não sei quem é mais idiota, se a Corte das Corujas por aceitar os serviços de alguém que é claramente aliado do Batman, ou o roteirista imbecil que acha que a audiência vai comer essa merda e nem tem a decência de colocar uma contrapartida, do tipo "ah, eu sabia que você respondia ao morcego, mas só fizemos isso pra ter acesso a tal e tal", enfim, ser um pouco inteligente. Isso posto, o trabalho do Dick é fazer um ou outro servicinho sem implicações morais aliado a um cara chamado Raptor, que se diz mal pra caramba também.

Raptor: mais macho que o Batman
Apesar disso, o gibi não é ruim. É bem bom. É divertido em algumas partes e no geral, mantem o interesse do leitor. O primeiro arco, Melhor do que o Batman tem apenas quatro partes, mas parece que tem 20. Chega a ser meio maçante em alguns momentos, mas isso é só porque o roteirista enrola, como na segunda parte onde o grande dilema seria a morte de um inocente durante a missão do Asa Noturna. É claro que como uma organização que preza mais a riqueza e a influencia do que a vida humana, tal fato não passaria em branco, mas é exatamente o que acontece. Então o que quero dizer é que fora essas idiotices pontuais, dá pra se divertir um pouco com o Asa Noturna e bastante com o Raptor que é a única coisa legal de verdade aqui.

Parece que eu tô descascando o gibi, mas é foda falar bem dele com essas idiotices pontuais na hsitória. Então, entre uma arte legal e uma trama razoável, pode se dizer que pelo menos o gibi não vai ofender o leitor com sua ruindade. Ao final do primeiro arco, Asa Noturna já manda o plano deles as favas e o legal mesmo é ser herói e enfrentar monstro.

As edições que faltam da série entre a numeração é justamente a parte do Asa Noturna correspondente a saga A Noite dos Homens-Monstro, que deve ter sido um dos crossovers mais gratuitos que vi. Neste mini arco, vemos o Asa Noturna apoiado por sua antiga equipe de espiões, caçando os membros da Corte das Corujas espalhados pelo mundo antes que o Raptor, agora um procurado, mate todos. Essa trama é bem legal e ainda inspira originalidade, já que uma importante parte do passado de Dick é mexida por isso.

A história desse "mini-arco" é de fato, bem legal, ao focar na história do Raptor. O clímax fica pra luta entre os dois enquanto um Bruce Wayne sequestrado fica capengando num picadeiro. Esse gibi tá longe de ser o supra-sumo da diversão, mas não é um gibi ruim. É bom, mas ainda fraco. Aparentemente, com o fim da pataquada de Dick Grayson trabalhando pra Corte das Corujas, o escritor vai poder focar o personagem em coisas que façam mais sentido. A arte de Javier Fernandéz também não deve nada a qualquer um mensalista por aí, ainda mais se tem título de sucesso que ainda conta com um Humberto Ramos, Ryan Smegman ou Cammuncoli. Eu não volto para acompanhar as aventuras do Dick, mas acho que quem for terá boas leituras pela frente.

Raptor: tão foda que pegou até o Batman
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