
Por muitos séculos, famílias reais governaram o mundo. O direito divino deles de comandarem o povo manifestou-se não por meio de coroas e tronos, mas também na forma de fantásticos e mortíferos superpoderes contra os quais exército mortal algum seria capaz de fazer frente.
Então vieram as revoluções. Democracia, indústria e comunismo se espalham pelo globo, a força do crescimento deixa a realeza insegura e uma nova geração de governantes faz votos de nunca usar os poderes em batalha outra vez.
Enquanto a Segunda Guerra se desenrola e os bombardeios assolam Londres, Leningrado e Pearl Harbor, esses votos são testados até o limite – e provocados pelas ações dos mimados herdeiros do rei da Inglaterra, os gigantes adormecidos ao redor do mundo começam a se mexer.
Apetites insaciáveis. Desejos proibidos. Rivalidades fraternas. O toque da loucura. Tudo que se teme sobre esses monarcas é verdade – e em A REALEZA – MESTRES DA GUERRA a equipe criativa formada por ROB WILLIAMS, SIMON COLEBY, GARY ERSKINE e J.D. METTLER traz para você a empolgante e pungente história de seu derradeiro conflito.
(The Royals – Masters of War 1 a 6)
Encadernado
Periodicidade Eventual
17 x 26 cm
148 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
Distribuição setorizada para bancas, nacional para lojas e bancas especializadas em HQs.
R$ 22,90
Muito além da lombada, é o que pode ser dito sobre este gibi! Apesar do erro crasso cometido pela Panini de trocar as letras na lombada (e pelo que pude verificar em uma primeira leitura, pra quem está preocupado em ler o gibi, foi apenas esse erro mesmo), esse A Realeza é uma ótima história e muito bem desenhada. Difícil não gostar da arte fotográfica de Simon Coleby, ajudado demasiadamente por Gary Erskine nos três últimos capítulos. No gibi aparecem figuras históricas, como o Churchil, por exemplo, que parecem que foram retiradas de uma foto.

O gibi é algo que já foi explorado em quadrinhos e outras mídias, uma espécie de "Segunda Guerra Alternativa", mas aqui com a ideia peculiar que membros de famílias reais (e ao longo do gibi vemos que não só as da Europa), que tem o "sangue azul", tem superpoderes! É uma premissa simples, mas que gera toda uma gama de acontecimentos. A estrutura da ideia é bem parecido com o que acontece pelo recentemente lançado do mesmo autor, Robin Williams, o seu Unfollow: 140 Tipos. Uma premissa simples que dependendo da ação dos personagens toma medidas gigantescas.

Aqui o protagonista e que faz girar a roda toda é o príncipe Henry (o loirinho, claro), que após ver as consequências do Bombardeio a Londres decide tomar uma posição diferente que sua linhagem assumiu perante os horrores do mundo. Engraçado perceber que provavelmente os acontecimentos históricos do gibi teriam as mesmas consequências que tiveram no mundo real se o Henry não interviesse. Em outras palavras, se o personagem principal não tivesse feito nada, tudo ocorreria na medida do normal.




Daí então é só tiro, porrada e bomba, mas com aquele arcabouço que faz qualquer um que se interesse por quadrinhos e Segunda Guerra gostar muito. Uma das coisas mais interessantes do gibi certamente é a mudança estratégica dos aliados, os Estados Unidos, querendo "imitar" o sucesso da intervenção do Príncipe Henry. O gibi também não deixa de ter sua dose de sacanagem, muito graças ao outro príncipe mais velho, beberrão e comedor, Arthur. Um segundo capítulo tenso desencadeia a guerra de uma maneira totalmente diferente.

Olha, o gibi é bem divertido. Não é uma coisa assim "nooooossa, que gibi imperdível, que história fantástica e inesquecível", mas é muito legal. O melhor fica para a relação entre os irmãos Arthur, Henry e Rose, a princesa. Travers é um agente da inteligência mostrado logo no começo, mas ao invés de servir como olhos do leitor comum, vira só um coadjuvante facilitador pro príncipe Henry. O plot twist do clímax não é tão interessante quando no mesmo capítulo o autor usou do mesmo artifício (não comentarei para evitar spoilers), mas o gibi tem um final diferente do esperado que até que compensa.

A história das famílias reais poderosas - em quadrinhos. Pode colocar isso na prova de História sim
A Reazela é um gibi bem divertido e bacana, mas sinceramente não é algo imperdível. Não é dinheiro jogado fora, mas também não recomendo alguém gastar suas últimas economias nela. Mas definitivamente é um gibi que vale a conferida. Eu gostei bastante, principalmente o final. Parece que tem outras séries dessa mesma história publicada, mas a rigor é uma história fechada. Qualquer futura publicação de continuação é um possível caça-níquel. A arte também é um desbunde. Como dito, Simon Coleby faz uma excelente arte, mas com a arte-final de Erskine o gibi fica ainda mais sensacional. Bom gibi.

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