
140 PESSOAS. 18 BILHÕES DE DÓLARES. NENHUMA REGRA.
Larry Ferrell inventou uma rede social revolucionária que conecta a vida de milhões de pessoas – e que o tornou um dos homens mais ricos do mundo. Mas o recluso fundador da Headspace está morrendo e decidiu doar a fortuna que acumulou para 140 usuários aleatórios.
Saídos dos mais diversos recantos do globo, os vencedores da maior loteria da história foram levados até a ilha privativa de Ferrel para conhecer os perturbadores termos de sua nova riqueza: os 18 bilhões foram divididos igualmente entre todos, mas, se qualquer um deles morrer, o dinheiro será redistribuído entre os sobreviventes.
E assim começa o último e mais ambicioso projeto de engenharia social de Ferrel, um vasto experimento feito para revelar a verdadeira natureza da humanidade.
E com ele também começa a contagem regressiva da vida de 140 pessoas.
UNFOLLOW, a aclamada nova série Vertigo do escritor ROB WILLIAMS (A REALEZA) e do artista MIKE DOWLING (Death Sentence), com arte também do desenhista convidado R.M. GUÉRA (ESCALPO), penetra na criptografia acumulada da civilização para hackear a sociedade até o seu cerne em UNFOLLOW: 140 TIPOS.
(Unfollow 1 a 6)
Encadernado
Periodicidade Eventual
17 x 26 cm
148 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
Distribuição setorizada para bancas, nacional para lojas e bancas especializadas em HQs.
R$ 23,90
Nova série da Vertigo lançada pela Panini e a pergunta que fica para o leitor/comprador é "se vai sair na amazon ou saraiva para pegar desconto". A segunda pergunta que chega na cabeça do indivíduo é se a série vale a pena. Anos atrás a Panini fez um excelente trabalho de marketing ("excelente" é exagero) ao lançar as séries Unwritten e Sweet Tooth pela Vertigo, ao ponto de distribuírem em comics shops pequenos "formatinhos" com a primeira edição de cada para atiçar o leitor. Na época só consegui pôr as mãos na "amostra grátis" de Unwritten, que achei uma merda, e Sweet Tooth não fui atrás por causa dos desenhos feios. Pois bem, anos depois o bestão aqui conseguiu ler Sweet Tooth emprestado (ainda acho Unwritten mediano, mas é uma boa história, não li tudo) e vi que era uma DAS MELHORES SÉRIES DE QUADRINHOS JÁ PUBLICADAS NO BRASIL. História excelente mesmo, e o otariano aqui perdeu de ter em formato modesto, tendo que recorrer agora a importados Deluxe. Pois bem, será que a história vai se repetir com este Unfollow? Talvez seja a maldição do gibi em língua brasileira, mas com título estrangeiro? Vão comprar pensando que é importado e barato?

Não deixei a oportunidade passar (em parte por conta de comentários soltos pelo MBB sobre a série) e conferi. Amigos, que gibi do caralho. Se tem uma história mais moderna sendo contada em quadrinhos, certamente não está tendo a divulgação ou o apreço que merece, porque esta aqui já é muito boa. A história é frenética, dinâmica, ágil e "tunada" ao máximo. Eu queria ser mais ligado nas xoxômídias como colegas do fórum, tais como o matheus 90, lupusin, o novato prestogaudio ou Bochester, até o Rienji, mas vamos a velha carne de vaca que é o que eu sei fazer mesmo. A premissa do gibi é essa de seu resumo e a partir disso é que o autor vai construindo elementos e personagens pra deixar a história pica.

Aliás, escritor esse que acreditem ou não é o Robin Williams. Sim, o mesmo de um insípido, pra não dizer o mínimo, Esquadrão Suicida Renascimento, que aliás, considerando este trabalho, e o de muitos anos atrás que a Panini lançou recentemente, A Reazela (avaliação a conferir), acho que ultimamente anda tomando chá de bosta pra escrever os gibis da DC, porque acredite ou não, esses da Vertigo são no mínimo, ótimas leituras. Como eu expliquei antes, comprar este gibi foi um total tiro no escuro e o nome do autor não me fez ter maiores esperanças, mas a história aqui contada é realmente boa e não enrola o leitor.

A história como dito, escreve por si só: nas primeiras edições somos apresentados ao que seriam os "protagonistas" da história, #Dave Mete Bola, uma espécie de Apolosclay da favela, #CourtneyOMG, o que seria a Noturna se tivesse dinheiro, #AkiraOfTheUniverse, um malaio sensível e sem freios morais, @Ravan, que seria uma espécie de mulher que entra no MBB, tipo o João Antônio Peixão ou Thalita, para depois chorar onde a mãe não vê e #DiáconoDoSenhor, um tipo de Hulkboy querendo se vingar do MBB. Todas essas figuras são apresentadas para o leitor e a medida que a história avança vamos conhecendo suas interessantes histórias e o papel que irão desempenhar. Eu por exemplo, achei o Apolosclay da favela uma bosta de personagem, mas não deixa de ser interessante colocar ele nesse caldeirão.

Sim, porque a medida que a história avança, como o próprio gibi diz, é uma espécie de experiência social, filosófica e humana ver o que acontece quando a medida que o tempo passa, alguns integrantes dos herdeiros da fortuna do milhardário das xoxomídias, o que aconteceria se o Canibal fosse rico, vão morrendo e a fortuna dos caras aumenta. O que aconteceria se as pessoas fossem postas nessas condições? O mais interessante nisso tudo é que numa linguagem direta, objetiva e sem frescura, quase um Rubem Fonseca, o Robin Williams entrega para o leitor uma experiência de leitura marginal.

Gostei bastante do gibi. Pode ser que depois fique uma merda, pode ser que a história degringole e o Robin Williams cague no pau, como anda fazendo em Esquadrão Suicida, mas a premissa é boa e a história segue ótima. Impossível de terminar a leitura deste volume e não esperar ansioso pelo próximo. Diria até que mais do que o já aclamado O Xerife da Babilônia, que tem a história um tanto que dispersa demais, mas é proposital da narrativa. A galera diz que a Vertigo não é mais a mesma, mas esta série é de 2016 e diria que é um sopro de criatividade e tanto nos gibis. É claro que renderia uma série pra dar dinheiro pros seus criadores.

A História de Apolosclay: um novatinho lutando para deixar de ser restolho
A arte fica a cargo do Mike Dowling que não é um primor estético, mas certamente é um mestre da narrativa. E a arte dele não é ruim, é só de um estilo realista meio desleixado, que depende demais das cores e arte-final. A última parte é desenhada por R.M. Guéra, que a Panini não creditou adequadamente: colocou seu nome na folha de rosto do início do encadernado, mas no capítulo desenhado propriamente pelo artista, não consta seu nome. De qualquer modo, é uma ótima equipe de arte, ao passar das folhas você já se acostuma com a arte de Mike Dowling e não consegue imaginar o cara desenhando outra coisa que não esta série.

Passado do Hulkboy_Pacifista em arte de R.M. Guéra para Unfollow #6
A edição da Panini está boa. Exceto pelo acima citado nome do desenhista que só aparece no começo do gibi e não do capítulo que o corresponde. Mas minha edição veio com uma pequena falha: o corte dela foi feito que parte de cima do gibi se perde parte do texto, quando muito acima. Percebi que parece que ampliaram DEMAIS a página, aí na hora de cortar, os balões que ficam mais acima foram um pouco cortados também. Mas nada que prejudicou a leitura. Certamente é uma cagada da Panini, mas gostaria de saber se houve em mais edições ou somente no meu lote específico antes de sair por aí soltando os cachorros.

Unfollow: sobra até para o Elton John
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