
Com milhares de inimigos e de mortes nas costas, Slade Wilson — vulgo Exterminador — é o assassino mais mortífero que existe. Mas até mesmo ele possui pontos fracos… e alguém que o conhece bem está começando a explorá-los! Para salvar a vida de sua filha, Wilson será obrigado a quebrar seu próprio código de conduta, trair sua honra, ética e aliados, e enfrentar um oponente digno de sua lendária fúria.
(Deathstroke 1-5, Deathstroke: Rebirth 1)
Especial Periodicidade Eventual
17 x 26 cm
140 páginas
Papel LWC
Capa Cartão, Lombada Quadrada
R$ 19,90
Distribuição nacional
Bem amigos do MBB, quem diria, hein? Puta que me pariu, esse gibi é bom





Olha, e não é que me surpreendi? Não é que a história, a narração, o gibi por si É BOM MESMO? Acho que o grande mérito do gibi ser bem legal é pelo seu autor, Christopher Priest, que ao invés de fazer o Exterminador matando um monte de gente e achando que o personagem veio de um video game, realmente tem algo a contar sobre o Slade! Pra se ter uma ideia, apesar de matanças, bem poucas e pontuais, verdade, o foco do gibi, o tema dele, por incrível que pareça, é a família. As primeiras páginas do gibi são mostrando como o Slade criou os filhos, Grant e Joey. Um começo no mínimo inusitado para um personagem que estava a pouco se transformando num descerebrado, como sua cópia da Marvel.


As tramas da história são complicadas e desnecessariamente complexas, mas ao invés de serem um desserviço a história, terminam por revelar uma característica do próprio Slade: ele é o cara que gosta de fazer intriguinha. Que gosta de fazer teiazinha de correlações para as pessoas se enquadrarem nos seus esquemas. Gosta de ter vários planos e contrapartidas para os mais variados tipos de situação. Ao final com o grande crossover que termina a edição - não se pode deixar de ter um com um personagem pouco conhecido como o Slade - é que isso fica ainda mais claro.

Pra se ter uma ideia, a primeira história que começa no especial Renascimento e continua no gibi de linha do personagem, envolve senadores comprados, incentivos para intervenção em país em guerra civil, um plano do ditador local e do Rei Relógio envolvendo o Slade... isso tudo serve para estabelecer o personagem e o deixar no ponto que o autor quer que o leitor conheça o Slade, um cara em milhões de tramas de intrigas internacionais. Para logo depois abordar o aspecto familiar do Slade e mostrá-lo como um porra-loca que não consegue ficar parado que não seja numa missão.

Ao longo das edições, vamos conhecendo o passado de Slade, o que aconteceu com sua mulher e filhos e seus companheiros de armas. Temos o retorno de Wintergreen (que eu nem sabia que tinha ido embora...) e isso vai desencadear toda uma série de acontecimentos para a segunda parte da história, onde Slade trata com antigos comparsas sobre quem teria sequestrado Wintergreen e sobre contratos de assassinato para eliminar alguém próximo a Slade. Tudo recheado com flashbacks bem pontuais.

Exterminador: um exemplo de parenting
É preciso também deixar claro que tudo isso é narrado de maneira ágil, dinâmica, às vezes até apressada. O gibi é frenético mesmo! Tem vezes que você lê e não sabe se entendeu direito a trama, aí precisa voltar e ler o diálogo para entender melhor. Os personagens falam muito nervosos sem explicações desenhadinhas e nada mastigado. O gibi não insulta a inteligência do leitor e sabe que se ele for burro mesmo, sempre pode voltar atrás pra ler de novo e ver se entendeu certo! Dessa maneira o gibi não perde a característica de thriller de ação, digna de uma aventura de espionagem com traições e cabriolagens. Nas três últimas edições do encadernado temos a parceria do Slade com um outro familiar seu. Se o aspecto "família" do gibi estava apenas como pano de fundo, agora fica ainda mais claro o tema e a co-relação com os fatos narrados.

Exterminador em ação!!!!
Olha, excelente gibi. Realmente muito bom, algo fora da média em se tratando de comics e ainda assim uma história cheia com os mesmos clichês e SHANANIGANS que estamos acostumados, mas com uma roupagem nova, diferente e refrescante. Esse gibi é pra quem tá cansado do marasmo de super-heróis, mas não quer deixar totalmente o gênero de lado. Além de ser um excelente gibi de ação, coisa que o recente Arqueiro Verde Renascimento deixa um pouco a desejar. Se quer ação desenfreada com um pouco de neurônio, e às vezes até mais inteligente que você, este gibi é a pedida.

o grande crossover do gibi
Com uma equipe de arte que não deixa a peteca cair, Carlos Pagulayan finalizado por Jason Paz e Joe Bennet finalizado por Mark Morales, esse Exterminador tem tudo para ser uma das maiores surpresas do Renascimento. A arte tá MUITO BOA mesmo, deixando aquele tom realista que as histórias do Slade exigem. Gibi foda sobre porradaria, tiro, bomba e família. Quem diria que um gibi do Exterminador seria bom, afinal. Quem diria...

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