
Ele era a encarnação do reino vegetal do planeta Terra – o espírito de todos os brejos, charcos e pântanos. Tinha uma bela esposa, com quem concebeu uma filha, e o poder e a beleza da natureza para dar sentido à vida. Ele era o Monstro do Pântano. E estava feliz. E então descobriu que talvez nada disso tenha sido verdade. Mas será mesmo que todas essas lembranças foram uma invenção de sua mente? Sem nenhum tipo de aviso, o dr. Alec Holland se encontra a milhares quilômetros dos pântanos da Lousiana, local que acreditava ser seu lar. Ele agora tem uma vida da qual não lembra nada e recuperou o corpo humano que um dia acreditou ter perdido para sempre.
O tempo como Monstro do Pântano não parece nada além de um sonho distante que se esvanece, um delírio, uma terrível alucinação. Mas o monstro que assola o bayou que ele deixou pra trás parece muito real. Assim como a bela mulher que o amava, o perigo que ela agora encara e a terrível vingança dos poderes que ele outrora serviu – os deuses dos campos e das florestas que formam o Parlamento das Árvores. Para encontrar a verdadeira identidade e salvar aqueles que ama, Alec deve partir em uma jornada espiritual através de continentes, oceanos e dos bilhares de anos de segredos do próprio planeta!
Mark Millar (Kick-Ass) segue sua fase criativa à frente do título do Monstro cercado pelos talentos de Phil Hester (Arqueiro Verde), Kim DeMulder (HELLBLAZER, Os Defensores) e Tatjana Wood (Camelot 3000), levando o Monstro do Pântano a encarar novos desafios em RAÍZES DO MAL.
(Swamp Thing 146 a 150)
Periodicidade Eventual
Encadernado
17 x 26 cm
148 páginas
Papel LWC
Capa Cartão, Lombada Quadrada
R$ 23,90
Distribuição setorizada para bancas, nacional para lojas e bancas especializadas em HQs.
Mais uma leitura rápida e rasteira do Monstro do Pântano. Após o primero volume numa parceria Morrison e Millar nas primeiras 4 edições, já neste segundo volume temos apenas Millar escrevendo. Não se pode dizer que esse Monstro do Pântano tenha a mesma carga do que os gibis escritos pelo Mu (que eu não li ainda), mas não se pode dizer que a história seja de todo ruim. Esse gibi do Monstro do Pântano é praticamente algo para os "fãs do personagem", ou então para alguém que busca algo voltado para o horror e o sobrenatural, mas que não seja cabeçudo igual aos gibis do Moore. Que eu não li.

Monstro do Pântano descobre que sua filha é uma puta
Vemos um Monstro do Pântano combalido zanzando pelas ruas de Amsterdã para encontrar a sua filha que teve com a Abe (essa fase não foi publicada no Brasil e de acordo com especialistas, é chatíssima) apenas para descobrir que a mesma não lembra de nada e passa seus dias como PUTA QUE DEIXA OS CARAS FAZEREM QUALQUER DANAÇÃO COM ELA. A Amsterdã que Millar mostra é cheia de putarias loucas, a maioria deve ser invenção, mas num gibi escrito 20 anos atrás, o cara lia e achava que era verídico.

Um dia eu vou pra um lugar onde tenha puta barata e branquinha assim
Entrementes, a versão do INSS do Slade Wilson, Coronel Nelson Strong, movimenta a sua equipe num plano para deter o Monstro do Pântano. É muito massa a luta entre os dois, de homem versus planta. Muito divertida também. Enquanto isso, em algum pardieiro na América do Sul, Blake tem um encontro com o próprio Destino.

Apesar de tudo isso já ter sido desenvolvido lá na edição anterior, são as partes seguintes as mais importantes para a história. O Monstro após o incidente em Amsterdã, ruma para a Floresta Negra na Alemanha em busca do Parlamento, só que aí se envolve em OUTRA TRETA demoníaca, dessa vez desencadeada pela sobrinha de Sargon, um feiticeiro das antigas. A mitologia da DC é muito extensa e rica, permitindo os autores utilizarem esses zé manés que apareceram numa história ou outra, no caso aqui, em alguma história da Sociedade da Justiça. Ao longo do caminho, mais bizarrices.

Sargon, ou "tio Johnny" para os íntimos
Na penúltima parte, Sargon revela o intento que teve ao chamar a sobrinha para revivê-lo e começa o seu plano. Na última parte, uma edição especial do Monstro do Pântano com mais páginas, a edição #150, Sargon e Monstro tem uma surpresa quando são interrompidos pela nova traquinagem do Parlamento das Pedras. A bebedeira entre Señor Blake (eu não me lembro quem é esse personagem) e Destino continua e não vai pra lugar nenhum, com uma saída bem safada do Mark Millar, diga-se de passagem.

O gibi termina com o Monstro utilizando um SHANANIGAN para vencer o avatar da pedra. Apesar de bastante confuso, foi um final satisfatório, e uma finalização dramática muito boa. É aquele negócio: o roteiro pode ser uma merda, mas o final foi muito legal. O caso aqui. No final das contas, Millar não explica porra nenhuma, deixa o núcleo do Senõr Blake, Alan Mu e o índio Tupinamba no escuro e o Monstro está mais poderoso. Mas foi uma divertida e empolgante história. A melhor coisa do gibi certamente é a Grace, a sobrinha do Sargon, e seu arco desesperador. O final dela é um verdadeiro resumo da vida.

Eu achei um gibi bem bom. É estranho, difícil, embaraçado, mas nunca complicado, pedante ou até mesmo "ruim" per se. É um tipo de história diferente do Monstro do Pântano do Moore, mas não quer dizer que não tenha alma ou seja de qualidade. Naquele tempo, até mesmo essas enroladas filhas da puta, como o núcleo de Blake conversando água com o Destino, eram interessantes por si só, e bem escritos, bons diálogos. Havia uma sensação de que algo maior estava sendo feito, e talvez até seja, com uns 3 ou mais encadernados pela frente. Agora a gente sabe que se o escritor não for muito famoso (como o Millar era, um ninguém na época) e não entregar algo que preste nas seis primeiras edições, dificilmente ficará com mais 6 para explicar aquele plot misterioso que ninguém dá a mínima. O que quero dizer é que o gibi vale a pena, sim. Mas não é pra todos os gostos e isso não é de maneira alguma algo pra ser elitista. O gibi é bem trash em qualquer acepção do termo.

A arte fica a cargo de Phil Hester. O estilo do cara é único e achei bem legal nos desenhos. Bem doido e nervoso. Combina e muito com o clima da série. Uma estilização boa. Excelente narrador.

Uma página bem Alan Mu
A edição da Panini está bem boa. O papel é um LWC com uma gramatura maior, então não é aquele papel que dobra com facilidade, embora seja fudido pela umidade, como já provou com a minha edição, o que pode garantir páginas amassadas perto da encadernação, se não manusear com cuidado. Ao longo da edição, capas originais. Eu acho que não tinha capa variante do Monstro do Pântano nos idos de 1993 e 1994 quando foram publicadas essas histórias.

O trio mais merda da HQ, inspirados em editores de gibis
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