
De dia ele é Oliver Queen, playboy, diretor das Indústrias Queen e filantropo. Mas, à noite, ele patrulha as ruas de Seattle, onde defende os oprimidos como um verdadeiro campeão da justiça. Ele é o Arqueiro Verde! Mas como enfrentar o problema quando você faz parte dele? Esta é a pergunta que Ollie faz após um encontro eletrizante com a linda Canário Negro, super-heroína e estrela do rock, que desafia tudo que ele achava saber sobre proteger inocentes.
(Green Arrow 1-5, Green Arrow: Rebirth 1)
Periodicidade Eventual
17 x 26 cm
140 páginas
Papel LWC
Capa Cartão, Lombada Quadrada
R$ 19,90
Distribuição nacional
Do mesmo escritor dos especiais antes do Renascimento lançados, Pássaros da Noite e O Surto, Benjamin Percy, aqui o escritor parece que mudou um pouco o tom das histórias, onde eram mais sombrias (pelo menos no primeiro volume, ainda não li o segundo dos Novos 52) para um mais aventuresco. Ainda tem um pouco do "guerreiro da justiça social" que tinha naquelas histórias, mas se lá era discreto, aqui já nas primeiras páginas, Percy deixa claro isso sobre o personagem que trabalha.


Oliver Queen: esfregando na cara da sociedade burguesa e hipócrita como é que se veve
O escritor nesta primeira edição do Renascimento literalmente não perde tempo. Aliás, o ritmo aqui é meio "frenético", mas um frenético pro lado nervoso da coisa, o que deixa até meio ruim. Logo após o rapto da mãe do esmoleu, na página seguinte já temos alguém puxado o piolhento pelos cabelos, pra logo depois aparecer a Canário Negro e Oliver já a convidar para o seu apartamento. O diálogo também é bem expositório, com o Arqueiro já falando suas motivações e o caralho pra Canário. O que eu quero dizer é que a história não parece "natural", parece até que o escritor quis deixar o Arqueiro já no ponto de onde quer contar suas histórias, e não perde muito tempo construindo isso. Vai ficar ainda mais evidente ao final do arco.

Como caralhos a Canário sabe que o Oliver distriboi notas de 100 pra esmoleus na rua? E mais: Seatle tem a sua própria Ewokie village
Enfim, por mais histriônico e matraqueiro que seja o texto, a narrativa ganha ao ser mais ágil. Logo no começo já sabemos aqui quem será o antagonista do Oliver neste primeiro arco, uma organização voltada ao crime de aspecto quase religioso, com os seus integrantes usando máscaras enquanto os subalternos parecem com uma espécie de zumbi. Eu não me importaria de ter uma OUTRA organização que secretamente domina o crime no mundo se não fossem tão ridículos. Em pouco tempo, Oliver e Dinah se tornam GRAAAANDES amigos, se é que vocês me entendem.








começa assim...

... e termina assim... Ah, como eu queria ser loirinho... faz nem esforço. Podia até ser pobre e gordo mesmo. Faz nem esforço
Após "tirar isso do caminho", o retorno da relação entre Oliver e Dinah, o gibi continua a sua jornada para contar uma história. Além do Oliver já ter dado umas flechadas na ppka cremosa da Dinah, ela conhece Miko, a meia-irmã do Oliver, que também veve no apartamento. Aí depois, como esse gibi é esquizofrênico pra caralho, Oliver e Dinah num passeio pela cidade, o Oliver fica falando pra ela que apesar de ser rico, eu sou bacana, sou bonzão, construo hospital infantil, parque, sou do povão, sou foda e hipster. Aí a Dinah fica toda com cara de cu doce... Perguntando sobre um RELACIONAMENTO??!?!?!. Pedindo um TEMPO


"a gente mal se conhece" - mal se conhece indeed. Eu é que tô errado
É como se o gibi quisesse mostrar uma parada que é conhecida por todo fã do Arqueiro: Arqueiro e Canário tem um relacionamento, mas como o escritor SABE que precisa trabalhar isso direito porque estão COMEÇANDO ESTA CARALHOA, aí o cara vai lá e me insere uma espécie de diálogo de "como seria se os dois estivessem juntos" - mas a parte do sexo tudo bem, né? Depois dessa porra, Oliver vai até a sua empresa fazer uma visita porque fica intrigando que sua transportadora foi usada para levar esmoleu, aí o que fica encarregado, de smoking ainda por cima não menos, revela algo que vai deixar Oliver de cabelo em pé.

Enquanto tiver bambu, vai ter flecha
Apanhado na trama macabra, Oliver agora precisa se livrar desses otários. Pra isso vai contar com a ajuda de seu parceiro de costume, aquele hacker gordo que ninguém se importa muito, mas foi um bom personagem nas mãos do Lemire, geralmente pelas suas tiradas sarcásticas. Depois quando o gibi deixa de lado o aspecto mais pessoal do personagem, aí parece que a coisa anda com a história se tornando uma boa aventura.

O Arqueiro Verde vai de frente com a tal organização e precisa pra isso infiltrar nas próprias "Empresas Queen". Porém não apenas Oliver está no encalço deles, mas um antigo conhecido do personagem e até a própria Canário Negro, intrigada pelo que aconteceu com o Arqueiro. Esse gibi é bem irregular. Como dito, começa com uma relação muito moderna, muito diferentona entre Oliver e Dinah, sabemos que está ali por puro apelo editorial, porém não se traduz na história. Aí depois vira uma ação desenfreada, muito boa por sinal, mas que carece daquele quê a mais que faz um bom gibi de ação.

Mas o grande destaque vai mesmo pela bela equipe de arte do gibi. Nas duas primeiras edições e no especial Rebirth temos a arte bem leve e dinâmica de Otto Schimidt, enquanto nas três últimas edições do encadernado Juan Ferreyra faz miséria. Excelente cores também. O único fato para uma história apenas mediana do Arqueiro ser até digna de nota é a equipe de arte do gibi. Vamos ver se agora, quando chega no final do encadernado, parece que é o ponto onde o autor deseja que estivesse o Ollie para começar sua história de verdade. Vamos ver se agora vai...

A edição da Panini está boa, porém sem capas variantes. Apenas artes das capas originais e uma página de apresentação no início de cada capítulo com autores e título que achei bem decente, bem organizada. Melhor do que jogar tudo numa edição só e ninguém saber quem faz o que na porra do gibi.
Comment