
JOHN CONSTANTINE, HELLBLAZER – ORIGENS VOL. 3: NEWCASTLE & A MÁQUINA DO MEDO ATO I
A jornada de John Constantine tem sido longa e repleta de dificuldades. O custo foi alto e agora o Mago carrega sangue de demônio nas veias e as vozes de velhos amigos mortos na cabeça!
Com a ajuda de sua língua afiada e astúcia sem par, ele ocupa uma posição única e muito perigosa: faz parte da última linha de defesa mística de um mundo permanentemente sitiado pelas forças do caos e do mal. Mas a caminhada de John não começou hoje e um evento obscuro e que é revelado agora foi crucial para a sua formação: testemunhe o que aconteceu em Newcastle. Contemple também a primeira vitória de John – e que repercute até os dias de hoje – contra seu arqui-inimigo, o demônio Nergal, cujo sangue corre em suas veias. Esta edição também traz o primeiro ato de A Máquina do Medo. Procurado pela polícia e em busca de sua humanidade perdida, Constantine entra em contato com um misterioso grupo que tem planos nada convencionais para os poderes sobrenaturais que o mago possui.
JAMIE DELANO (Homem-Animal), RICHARD PIERS RAYNER (Estrada para a Perdição) e MIKE HOFFMAN (Monstro do Pântano) são os responsáveis pelas edições aqui presentes. Este volume reúne as edições 11 a 17 da série John Constantine, Hellblazer em 196 páginas de quadrinhos.
Histórias originais: Hellblazer 11-17
O encadernado já abre com a clássica história Newcastle, que enfim revela o que aconteceu naquele dia que tanto marcou o John Constantine pelo resto de sua vida, envolvendo a menina Astra. Por si só é uma edição importantíssima em termos de mitologia para o personagem, afinal mostra um incidente que há muito vinha sendo citado (sempre de forma mais ou menos vaga) e influenciava tanto o mago. Mas ela além de importante é uma boa história mesmo. Situada no passado do Constantine, ela utiliza boa parte do seu elenco coadjuvante à época (inclusive vários que apareceram - e morreram - lá no arco da Brujeria, em Monstro do Pântano do Alan Moore) e reforça ainda mais a inconsequência do personagem, ao sempre envolver pessoas em seus planos e não poder salva-las ao final.
Infelizmente, já na edição seguinte, acontece o novo encontro entre o mago e Nergal, e mais uma vez Jamie Delano retoma aquele plot do mundo virtual, onde o Ritchie havia ficado preso. O problema nem é tanto conceito - OK, é bobo e parece fruto de uma visão quase mágica da computação no final dos anos 80. Mas acima de tudo, o tom dela é que ferra tudo, por levar esse conceito bobo a sério demais, como em uma grande aventura épica, uma perseguição virtual entre o demônio e Constantine. E ao final, temos mais um amigo dele se ferrando bonito, Delano martelando mais uma vez que quem se mete com ele, só se fode.
A edição 13 é uma espécie de one-shot, interlúdio entre arcos, sobre um dia de Constantine na praia tendo alucinações. Cheio das narrações um tanto enfadonhas do Delano, mas no fim das contas gostei dessa "piração", acaba sendo um respiro, fora que compartilho do sentimento do JC sobre pessoas desagradáveis em praias.
E as quatro edições que fecham o encadernado formam o "Ato I" do arco A Máquina do Medo, sobre Constantine foragido da polícia (acusado pela morte de seus vizinhos - vide Hellblazer #10), e tendo que viver com uns hippies viajantes. E olha...quatro histórias chatas que só. Arrastadas e sem um norte muito definido, só lá ao final delas que a tal "máquina da morte" aparece, e pelo menos por aqui, parece parte de um plot tão aleatório...espero que melhore na conclusão, pois essas aqui não empolgaram mesmo.
A arte fica majoritariamente por conta do Richard Piers Rayner. Ele é u bom desenhista, sem dúvidas, mas não acho que seu estilo combine com o título. Ainda mais arte-fnalizado pelo Mark Buckingham, são traços muito finso e limpos, e ainda com uma colorização que utiliza uma paleta bem diversa. A diferença para seu predecessor, o fantástico John Ridgway, salta aos olhos. Prefiro a are mais soturna, suja.
De extras, temos as sete capas originais, um prefácio do editor nacional (prefácio da época da primeira impressão, ou seja, datado nas coisas que fala) biografias dos autores e mais dois textos vindos do SECRET FILES: HELLBLAZER, sobre Newcastle e o Chas. O material dessa edição vem sendo repartido nesses encadernados da fase ORIGENS, e servem de extras interessantes, até mais que se fossem lidos numa tacada só, onde poderiam ficar maçantes. Mas fatiados assim ficam mais palatáveis.
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