
Nova fase na vida do Monstro! Ele era a encarnação do reino vegetal do planeta Terra – o espírito de todos os brejos, charcos e pântanos. Tinha uma bela esposa, com quem concebeu uma filha, e o poder e a beleza da natureza para dar sentido à vida. Ele era o Monstro do Pântano. E estava feliz.
E então acordou.Sem nenhum tipo de aviso, o dr. Alec Holland se encontra a milhares quilômetros dos pântanos da Lousiana, local que acreditava ser seu lar. Ele agora tem uma vida da qual não lembra nada e recuperou o corpo humano que um dia acreditou ter perdido para sempre. O tempo como Monstro do Pântano não parece nada além de um sonho distante que se esvanece, um delírio, uma terrível alucinação. Mas o monstro que assola o bayou que ele deixou pra trás parece muito real. Assim como a bela mulher que o amava, o perigo que ela agora encara e a terrível vingança dos poderes que ele outrora serviu – os deuses dos campos e das florestas que formam o Parlamento das Árvores.
Para encontrar a verdadeira identidade e salvar aqueles que ama, Alec deve partir em uma jornada espiritual através de continentes, oceanos e dos bilhares de anos de segredos do próprio planeta!
As lendas dos quadrinhos Grant Morrison (HOMEM-ANIMAL, OS INVISÍVEIS, PATRULHA DO DESTINO) e Mark Millar (Kick-Ass) formam equipe com os artistas Phil Hester (Arqueiro Verde) e Kim DeMulder (HELLBLAZER, Os Defensores) para escavarem fundo na mitologia do Monstro do Pântano em RAÍZES DO MAL.
(Swamp Thing 140 a 145)
Periodicidade Eventual
Encadernado
17 x 26 cm
148 páginas
Papel LWC
Capa Cartão
Lombada Quadrada
R$ 24,90
Distribuição setorizada para bancas, nacional para lojas e bancas especializadas em HQs
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Já saiu nas bancas há alguns meses a nova série do Monstro do Pântano publicada pela Panini. Como foi debatido no fórum, trata-se de uma fase MUITO DEPOIS da última publicada, do Rick Veitch, para poder cortar "para o que interessa". Eu não me incomodo em não ser um completista de material de nicho. Já é muito pedir pra Panini publicar mês a mês umas histórias meio merdas que estão saindo (no entanto, no âmbito geral, a qualidade MELHOROU sim). Aqueles que querem ter "tudo completo do Monstro do Pântano", sinceramente deviam importar, inclusive em back issues. Não se trata de ser elitista, mas é uma visão prática: não dá pra esperar a Panini publicar material do passado de qualidade duvidosa.

Dito isso, acho que o que o leitor tem que ter em mente ao pegar esse gibi pra ler é o "desapego". Eu sou um leitor bem bosta, nem li ainda a fase do Moore no Monstrão, magistralmente publicada pela Panini, então pra mim, contanto que a história seja boa e divertida, então acho válida. E é exatamente o que essa história do Monstrão é: boa e divertida. Sem mais nem menos. A "elite dos fãs do Monstro do Pântano" pode se decepcionar um pouco, mas se for ler sem muita pretensão de abrir a mente, trata-se de um bom gibi.

O primeiro "arco" de histórias é a pareceria Morrison e Millar, talvez o Morrisão estivesse ensinando para o Millar os ossos do ofício. Nesta história, Alec Holland acorda numa selva no cu do mundo da América do Sul, totalmente restaurado, com a vaga lembrança de ter sido o Monstrão, enquanto pessoas conhecidas falam que ele sofreu foi um coma. Nisso, o Alec fica cheio de dúvidas, fuma o """"""""""""cachimbo da paz""""""""" para ter um momento de """""""""""clareza"""""""""""" enquanto uma criatura parecida com o Monstrão aparece no Bayou e começa a avacalhar geral: GUMBO É O CARALHO!

Bon Gumbo é o carai!!! Vai te fudê, Alan Mu!
Logo de cara, depois de algumas páginas na verdade, lá para o final do primeiro capítulo, vemos que a direção do gibi agora é totalmente diferente, mais tronco de árvore cortado por madereira do que aquela baitolagem de "salve o verde" e o caralho! Aqui o bon gumbo bota pra fudê nesses caipira do carai. E a história é frenétika. Ritmo frenétiko e narrativa selvagem. Millar e Morrison dão uma abordagem bem mais "açãozeira" do que a reflexão, a contemplação e a abordagem "bicho grilo" que seus antecessores tinham.

o video game totêmico!
Após uma viagem mística, Alec descobre que tem muito mais por trás daquilo tudo do que imaginaria. Abe também parte em busca desse novo "Monstro do Pantanal", tendo reminiscência de sua vida antiga. Um pouco de background é jogado e é lá que se tem referência da filha do Monstro do Pântano pela primeira vez no gibi, mas nada que atrapalhe o andamento do mesmo (se eu não me engano, a Metal Pesado/ Tudo em Quadrinhos/ Fractal publicou parte dessa fase). Como dito, o gibi é muito mais simples e direto que as histórias do Moore e Veitch, e possui um punch todo seu.

Após o fim do mini-arco, Mark Millar assume sozinho os roteiros. As duas últimas histórias são puramente Millar e embora esteja longe do que um dia viria a ser, dá pra ver vislumbres daquele Millar porra-loca das histórias como Supremos e O Procurado. Metade de um capítulo é a conversa com um padre do começo da história e a outra, introduzindo o caçador do Monstro do Pântano, passa quase que inteiramente dentro de um avião, quase um No Limite da Realidade - o Filme. Muito bom o começo e deixa instigado pro próximo número.

O gibi é um típico horror moderno, acho que bastante influenciado por filmes como O Corvo, que tava bombando na época. A arte fica por conta de Phillip Hester e Kim DeMulder, estilizando sem medo de ser feliz. Nesses tempos, os gibis Vertigo, não ligavam muito pra arte, e contanto que não parecesse algo saído de um comic de herói, tava valendo. Mas devo dizer: essa arte do Phillip Hester é CINETYKA demais e casa perfeitamente com o estilo do roteiro!

O caçador do Monstrão
Então, enfim, se você leitor curte algo novo, sem muita firula, ou melhor ainda, sequer leu as fases "aclamadas" do personagem, e tem a mente aberta, como as propagandas da Vertigo pela Abril nos anos 90 fazia para chamar a atenção para o público, vai curtir o gibi. Agora se você é leitor de algo contemplativo, de ver o Monstrão ruminar pela vigésima vez que não tem pinto pra comer a Abby, quer ver aquela arte bonita e lindona, mas só compra encadernado com metade do preço, quer ler "bon gumbo" e acha que tudo de diferente que se faz com o Monstrão é "sacrilégio" (como a EXCELENTE fase do Soule nos Novos 52 com o personagem), aí eu recomendo passar longe do gibi, porque de acordo com a propaganda da Abril "gibis para quem não tem medo de pensar".

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