
Entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90, um pequeno apartamento da zona norte de São Paulo estremecia com o falatório, a gritaria, o tilintar de copos e garrafas e o volume no talo do aparelho de som 3 em 1.
Xampu apresenta os personagens e as histórias peculiares embaralhadas com sons de guitarras, baterias e baixo de uma geração movida a novas experiências e muito rock’n’roll!
Escrita e desenhada por Roger Cruz, vencedor do troféu HQMIX e renomado artista de títulos como X-Men, Spider-Man e Hulk.

Em Xampu – Volume 2 (formato 17 x 26 cm, 80 páginas, R$ 29,90), as histórias do apê se estendem porta afora, chegando ao memorável Rock n’Rio e indo noite a dentro na companhia de personagens peculiares, espíritos zombeteiros e, claro, do bom e velho rock n’roll!
A trilogia se passa entre o final dos anos 1980 e o início dos 1990. Um pequeno apartamento da zona norte de São Paulo estremecia com o falatório, a gritaria, o tilintar de copos e garrafas e o volume no talo do aparelho de som 3 em 1.
O volume 1, que ja tinha sido publicado em formato album ha quase uma decada é o melhor dos 2. Sao historias sobre uma juventude do rock, quase todos fodidos e sem $$$, mas que comiam garotinhas, bebiam, se drogavam, enfim, tinham uma vida que na otica deles era "duca".
Mas um dia a juventude acaba, né? E o que era "duca" passa a nao ser mais.
O Roger Cruz mostra isso didaticamente com o personagem Sombra. Cara, que finesse o Roger teve pra criar o personagem: pobre, fudido, periferia, tinha na musica (ruim) que criava a saida pra pobreza.
Cria uma banda, fatura um dinheiro, vai morar em Sampa rachando um AP com os amigos porque ganhava pouco e nao podia manter o AP sozinho. O que sobra de grana vira cigarro, cerveja e camisinha.
Mas...
A galera do AP se divide, ele pra bancar as contas sozinho começa a se "prostituir" (tocar Fabio Jr. e Roupa Nova), perde os amigos, se emputece e pede demissao, fica sem grana nenhuma, volta pra periferia, volta a ser assistente de pedreiro, começa a trocar a cerveja por cachaça porque fica sem grana pra cerveja e o corpo ta pedindo mais alcool, sempre lembrando do tempo que comia todas porque era vocalista de uma banda ruim... no fim, ele esta na rua e a gostosinha que ele comia passa por ele (de braço dado com um cara rico) e nao o reconhece (ou sera que finge?)
Ou seja, existe o ápice, mas tambem a decadencia. E enquanto muitas obras só olham o lado A, aqui tem tambem o lado B para ser mostrado.
Nota 7,5
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