Primeiro ele tinha postado algo falando que a Panini não ofereceu uma proposta satisfatória, e que talvez não iria ser mais o editar da MAD.
Segue abaixo:
COMUNICADO OFICIAL
OTA NÃO DEVE VOLTAR PARA A MAD
A ligação de Ota com a revista Mad, que vem desde 1974 quando a revista começou a ser publicada no Brasil pela Editora Vecchi, continuou com a Record que assumiu a publicação em 1984 e com a Mythos em 2000, provavelmente acabou no último número (46) da série publicada pela Mythos. As chances de a Panini (que comprou os direitos de todas as revistas da DC, incluindo a MAD) contar a participação do cartunista e editor na próxima série são mínimas.
P - Ota, você não vai mais voltar pra Mad?
R - A tendência é que eu não participe da nova série.
P - Por quê?
R - Até agora não se chegou a um acordo satisfatório. A Panini nunca me procurou, a Mythos (que produz a parte editorial das revistas da Panini e funcionaria como meio-de-campo) também não deu nenhuma definição, embora tenha havido algumas sondagens no início do ano. Acho que eles mesmos não resolveram direito ainda a coisa, mas nesse meio tempo a fila anda, né. Eu não posso ficar esperando a vida toda, porque tenho minha vida para tocar. Então nesse meio tempo surgiu uma proposta de trabalho interessantíssima, irrecusável, e aceitei.
P - Que proposta é essa?
R - Não posso falar. Mas não tem relação com revistas. É um projeto diferente que me convidaram pra tocar, amei na hora e acho que tem futuro. Senti muita firmeza, embora seja um grande desafio colocar esse treco pra funcionar. Mas eu amo desafios.
P - Você está trabalhando com exclusividade nesse novo projeto?
R - Não. Não sou exclusivo de ninguém. Continuarei produzindo as minhas tiras (Dom Ináfio, no Jornal do Brasil e Concursino, na Folha Dirigida), que me dão muito prazer de fazer, roteiros para gibis do Menino Maluquinho e outros trabalhos. São muitos projetos em andamento e não desisti de nenhum deles, apenas estou abrindo mão da MAD porque não acho que chegaria a um acordo interessante para mim com as duas editoras (Panini e Mythos), mesmo que e SE eles quisessem que eu continuasse.
P - Como assim? O que seria um acordo interessante?
R - Vamos esclarecer uma coisa. Não é nada pessoal contra a Mythos, ou a Panini, mas chegou a um ponto que financeiramente ficou desinteressante para mim continuar. As revistas em quadrinhos estão vendendo cada vez menos, e com isso o mercado se achatou. A verba foi lá embaixo e não é mais possível fazer uma boa revista. Eu estava trabalhando praticamente de graça esses últimos anos. A despesa de montar uma revista é grande, envolve terceiros -- ajudantes, colaboradores -- e um custo operacional que não pode ser desprezado. Então a grana que eu tinha para fazer a revista se pulverizava e fazendo as contas na ponta do lápis não sobrava nada pra mim. tinha que arrumar outros trabalhos para suprir o defict e esses geravam mais despesa. No final, o saldo eram só contas pra pagar. E esse problema não parece ter solução. Algumas pessoas estão falando "mas oooh você não pode fazer isso, você é a cara da Mad no Brasil", mas eu tenho que cuidar dos meus interesses.
Um acordo interesante seria mais do que estavam pagando, e a primeira oferta foi menos. Aí eu estaria pagando pra trabalhar. Isso não tem sentido. Pensou-se em eu produzir apenas parte da revista e deixar o resto (a parte americana) por conta da Mythos mas isso também não é de forma alguma interessante pra mim. Ou eu tenho controle total sobre tudo como sempre tive, ou nada feito. Não dá pra fazer meia revista. Resolvi que chegou o momento de parar.
P - Você não vai continuar nem mesmo como colaborador? Com o Relatório Ota?
R - Infelizmente, não. O Relatório Ota vai sofrer uma pausa até que encontre outro veículo. Não tem sentido eu fazer só o Relatório Ota, pois o meu nome continuaria associado a uma revista sobre a qual eu não teria nenhuma ingerência sobre o resto do conteúdo. As pessoas veriam "ah, o Ota ainda está na revista" e comprariam gato por lebre. É preciso ficar bem claro que o Ota NÃO ESTÁ mais na revista.
P - Isso é ireversível?
R - Não. Mas é muito pouco provável que eles aceitem as minhas condições. Ou fica inviável para eles ou fica para mim. É praticamente impossível um acordo que satisfaça aos dois.
P - No caso da sua saída, quem vai ser o novo editor?
R - Não faço idéia, mas o novo editor vai ter um problemão porque a MAD americana está muito difícil de adaptar atualmente e pegar o conteúdo americano atual e colocar compreensível para os padrões brasileiros é tirar leite de pedra. Não dá pra fazer a revista só com Aragonés e Spy. Eu estou horrorizado poque estou recebendo os números novos que estão saindo e vendo que cada vez está mais difícil de aproveitar o que eles estão colocando agora na revista. Deixei a casa o suficientemente arrumada para eles poderem reiniciar uma nova série, mas vai se mais complicado do que eles pensam.
P - E os demais colaboradores nacionais?
R - Uai, eu falo só por mim. Os outros estão liberados para fazerem o que quiserem. Se eles quiserem continuar, é por conta deles. Não vou me sentir traído se eu sair e os outros continuarem, caso sejam chamados. Eu não tenho uma proposta melhor para fazer a eles, não tenho como comprar o passe deles.
P - E a ECA MAGAZINE?
R - A ECA pode ser um projeto abortado antes mesmo de sair a primeira.
--------------------------------------------------------
Depois veio a confirmação:
Não façam perguntas, finjam que não aconteceu nada, aliás não aconteceu nada mesmo, este blog tá parado desde outubro passado. Em resumo, não estou mais na Mad, desisti de fazer a revista Eca, e não quero comentar isso aqui, apenas que estou aliviado de ter tirado esse peso das costas depois de tantos anos (32 anos editando a Mad).
Lamento. Ota na Mad não vai ter mais, se a revista voltar vai ser sem mim. A Eca desisti de fazer porque percebi que iria à falência se continuasse. Revistas em bancas não vendem o suficiente pra pagar sua produção e a gente acaba trabalhando de graça. Isso já é chato, agora imaginem quando a gente descobre que precisa PAGAR pra trabalhar. Trabalha o dia inteiro, e não vé nada, a não ser a pilha de contas aumentando.
Fechei o estúdio, dispensei meus assistentes e reduzi minhas atividades apenas a coisas que eu podia fazer sozinho. E nesse meio tempo pintou uma proposta irrecusável, não sou besta e aceitei na hora.
Lamento, mas preciso sobreviver, arrumei um novo trabalho onde estou sendo bem pago só para pensar e desenvolver um treco que nunca foi feito. Não vou dizer o que é porque além de ser um projeto secreto não é da conta de vocês. Acabou a era de Ota como editor de revistas em quadrinhos. Continuo fazendo as minhas tiras (Dom Ináfio no Jornal do Brasil e Concursino na Folha Dirigida) e alguns frilas, além do emprego novo. é um novo salto na minha carreira, vai dar o que falar. No próximo semestre deve ser lançado no mercado. NãO é quadrinhos, é um salto para as novas mídias. E o pessoal com quem estou trabalhando é legal, são apenas mulheres e todas são lindas, pena que todas sejam comprometidas. Bem, nada é perfeito. Mas que tá muito legal, tá. Aguardem.
-----------------------------------------------------------------
É o fim de uma era amigos!
O engraçado foi ele sempre tentando sair como superior.
rss
Eu sempre gostei do relatorio Ota, pra mim irá fazer falta.

Ota e a sua coleção, dizem que provavelmente é a maior coleção particular de gibis no Brasil.
Segue abaixo:
COMUNICADO OFICIAL
OTA NÃO DEVE VOLTAR PARA A MAD
A ligação de Ota com a revista Mad, que vem desde 1974 quando a revista começou a ser publicada no Brasil pela Editora Vecchi, continuou com a Record que assumiu a publicação em 1984 e com a Mythos em 2000, provavelmente acabou no último número (46) da série publicada pela Mythos. As chances de a Panini (que comprou os direitos de todas as revistas da DC, incluindo a MAD) contar a participação do cartunista e editor na próxima série são mínimas.
P - Ota, você não vai mais voltar pra Mad?
R - A tendência é que eu não participe da nova série.
P - Por quê?
R - Até agora não se chegou a um acordo satisfatório. A Panini nunca me procurou, a Mythos (que produz a parte editorial das revistas da Panini e funcionaria como meio-de-campo) também não deu nenhuma definição, embora tenha havido algumas sondagens no início do ano. Acho que eles mesmos não resolveram direito ainda a coisa, mas nesse meio tempo a fila anda, né. Eu não posso ficar esperando a vida toda, porque tenho minha vida para tocar. Então nesse meio tempo surgiu uma proposta de trabalho interessantíssima, irrecusável, e aceitei.
P - Que proposta é essa?
R - Não posso falar. Mas não tem relação com revistas. É um projeto diferente que me convidaram pra tocar, amei na hora e acho que tem futuro. Senti muita firmeza, embora seja um grande desafio colocar esse treco pra funcionar. Mas eu amo desafios.
P - Você está trabalhando com exclusividade nesse novo projeto?
R - Não. Não sou exclusivo de ninguém. Continuarei produzindo as minhas tiras (Dom Ináfio, no Jornal do Brasil e Concursino, na Folha Dirigida), que me dão muito prazer de fazer, roteiros para gibis do Menino Maluquinho e outros trabalhos. São muitos projetos em andamento e não desisti de nenhum deles, apenas estou abrindo mão da MAD porque não acho que chegaria a um acordo interessante para mim com as duas editoras (Panini e Mythos), mesmo que e SE eles quisessem que eu continuasse.
P - Como assim? O que seria um acordo interessante?
R - Vamos esclarecer uma coisa. Não é nada pessoal contra a Mythos, ou a Panini, mas chegou a um ponto que financeiramente ficou desinteressante para mim continuar. As revistas em quadrinhos estão vendendo cada vez menos, e com isso o mercado se achatou. A verba foi lá embaixo e não é mais possível fazer uma boa revista. Eu estava trabalhando praticamente de graça esses últimos anos. A despesa de montar uma revista é grande, envolve terceiros -- ajudantes, colaboradores -- e um custo operacional que não pode ser desprezado. Então a grana que eu tinha para fazer a revista se pulverizava e fazendo as contas na ponta do lápis não sobrava nada pra mim. tinha que arrumar outros trabalhos para suprir o defict e esses geravam mais despesa. No final, o saldo eram só contas pra pagar. E esse problema não parece ter solução. Algumas pessoas estão falando "mas oooh você não pode fazer isso, você é a cara da Mad no Brasil", mas eu tenho que cuidar dos meus interesses.
Um acordo interesante seria mais do que estavam pagando, e a primeira oferta foi menos. Aí eu estaria pagando pra trabalhar. Isso não tem sentido. Pensou-se em eu produzir apenas parte da revista e deixar o resto (a parte americana) por conta da Mythos mas isso também não é de forma alguma interessante pra mim. Ou eu tenho controle total sobre tudo como sempre tive, ou nada feito. Não dá pra fazer meia revista. Resolvi que chegou o momento de parar.
P - Você não vai continuar nem mesmo como colaborador? Com o Relatório Ota?
R - Infelizmente, não. O Relatório Ota vai sofrer uma pausa até que encontre outro veículo. Não tem sentido eu fazer só o Relatório Ota, pois o meu nome continuaria associado a uma revista sobre a qual eu não teria nenhuma ingerência sobre o resto do conteúdo. As pessoas veriam "ah, o Ota ainda está na revista" e comprariam gato por lebre. É preciso ficar bem claro que o Ota NÃO ESTÁ mais na revista.
P - Isso é ireversível?
R - Não. Mas é muito pouco provável que eles aceitem as minhas condições. Ou fica inviável para eles ou fica para mim. É praticamente impossível um acordo que satisfaça aos dois.
P - No caso da sua saída, quem vai ser o novo editor?
R - Não faço idéia, mas o novo editor vai ter um problemão porque a MAD americana está muito difícil de adaptar atualmente e pegar o conteúdo americano atual e colocar compreensível para os padrões brasileiros é tirar leite de pedra. Não dá pra fazer a revista só com Aragonés e Spy. Eu estou horrorizado poque estou recebendo os números novos que estão saindo e vendo que cada vez está mais difícil de aproveitar o que eles estão colocando agora na revista. Deixei a casa o suficientemente arrumada para eles poderem reiniciar uma nova série, mas vai se mais complicado do que eles pensam.
P - E os demais colaboradores nacionais?
R - Uai, eu falo só por mim. Os outros estão liberados para fazerem o que quiserem. Se eles quiserem continuar, é por conta deles. Não vou me sentir traído se eu sair e os outros continuarem, caso sejam chamados. Eu não tenho uma proposta melhor para fazer a eles, não tenho como comprar o passe deles.
P - E a ECA MAGAZINE?
R - A ECA pode ser um projeto abortado antes mesmo de sair a primeira.
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Depois veio a confirmação:
Não façam perguntas, finjam que não aconteceu nada, aliás não aconteceu nada mesmo, este blog tá parado desde outubro passado. Em resumo, não estou mais na Mad, desisti de fazer a revista Eca, e não quero comentar isso aqui, apenas que estou aliviado de ter tirado esse peso das costas depois de tantos anos (32 anos editando a Mad).
Lamento. Ota na Mad não vai ter mais, se a revista voltar vai ser sem mim. A Eca desisti de fazer porque percebi que iria à falência se continuasse. Revistas em bancas não vendem o suficiente pra pagar sua produção e a gente acaba trabalhando de graça. Isso já é chato, agora imaginem quando a gente descobre que precisa PAGAR pra trabalhar. Trabalha o dia inteiro, e não vé nada, a não ser a pilha de contas aumentando.
Fechei o estúdio, dispensei meus assistentes e reduzi minhas atividades apenas a coisas que eu podia fazer sozinho. E nesse meio tempo pintou uma proposta irrecusável, não sou besta e aceitei na hora.
Lamento, mas preciso sobreviver, arrumei um novo trabalho onde estou sendo bem pago só para pensar e desenvolver um treco que nunca foi feito. Não vou dizer o que é porque além de ser um projeto secreto não é da conta de vocês. Acabou a era de Ota como editor de revistas em quadrinhos. Continuo fazendo as minhas tiras (Dom Ináfio no Jornal do Brasil e Concursino na Folha Dirigida) e alguns frilas, além do emprego novo. é um novo salto na minha carreira, vai dar o que falar. No próximo semestre deve ser lançado no mercado. NãO é quadrinhos, é um salto para as novas mídias. E o pessoal com quem estou trabalhando é legal, são apenas mulheres e todas são lindas, pena que todas sejam comprometidas. Bem, nada é perfeito. Mas que tá muito legal, tá. Aguardem.
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É o fim de uma era amigos!
O engraçado foi ele sempre tentando sair como superior.
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Eu sempre gostei do relatorio Ota, pra mim irá fazer falta.

Ota e a sua coleção, dizem que provavelmente é a maior coleção particular de gibis no Brasil.
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