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Entrevista (velhinha) do Alan Moore

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  • Entrevista (velhinha) do Alan Moore

    Para quem não leu, Moore foi entrevistado pela revista General antes do lançamento do gibi da Liga Extraordinária. Ele detona os filmes do Monstro do Pântano - coitado, nem sabia o que ia vir depois!

    [hide:77f4547452]Uma conversa com Alan Moore

    Alan Moore é um mago. E anarquista. E escritor. E músico. E criador de jogos. E, finalmente é o autor de Watchmen, a coisa mais inteligente que já foi classificada como "gibi de super-heróis". Alan Moore é o mais influente autor dos quadrinhos ingleses. Líder inconteste da chamada "invasão inglesa" que aconteceu nos quadrinhos dos anos 80 apresentando ao mundo Neil Gaiman. David Gibbons. Brian Bolland, Grant Morrison, Jamie Delano, Garth Ennis e tantos outros.
    É o criador das bases sobre as quais se moldou uma divisão inteira da DC Comics: a Vertigo, um selo (quase um gênero) que tem lançado os gibis do Sandman, Hellblazer, Preacher e outros. Cada um desses gibis, indiferentemente ao autor, existe desenvolvendo detalhes e idéias lançadas originalmente por Moore.

    Alan Moore é um superstar idolatrado por adolescentes do mundo inteiro e, ao mesmo tempo, elogiado por diversas e respeitáveis revistas literárias.

    Mas ele é ainda mais: um hippie de dois metros de altura e voz de trovão que continua vivendo onde nasceu em Northampton, uns 100 quilômetros ao norte de Londres, de onde não sai nem na porradas. Alguém que, no auge do estrelato no mundo das grandes editoras, largou tudo e foi fazer gibis undergrounds contra o governo norte-americano, contra Thatcher, contra a CIA. Enquanto fumava haxixe.

    Nunca mais Super-Homem ou Batman tiveram a glória de receber roteiros de Moore. Mas o mago anarquista e roteirista não está parado. Muito pelo contrário, é mais ativo do que nunca. Escrevendo novas HQ's, preparando livros, compondo músicas, cantando em CDs e planejando o grande ato de magia subversiva que irá transformar todo o planeta.

    General: Alan, o que você tem feito nesses últimos tempos?
    Alan Moore: Acabo de concluir From Hell e também um apêndice que fala da evolução da história de Jack, o Estripador. Continuo trabalhando com Melinda Debbier em Lost Girls, apesar desse material não estar sendo publicado.
    Estou mexendo bastante com música. Estamos em estúdio concluindo um CD baseado em uma performance que fiz em Londres, em Novembro, chamada "The Highbury Working", sobre a história e os mitos de Highbury. Deve sair pela gravadora Codex, que acabou de lançar o CD Brought To Light, uma adaptação musical do gibi, que fiz com Gary Lloyd (músico de Wasp Factory). Continuo trabalhando em estúdio aquele projeto de disco/cabala. Deve sair o ano que vem. Quem sabe não façamos a premiere mundial disso no último dia do milênio.
    Em termos de quadrinhos, andei fazendo um trabalho retrô bem interessante para a Awesome Comics, bem no estilo dos heróis antigos, com vários desenhistas. Há poucos meses, infelizmente, a Awesome faliu. Cerca de 400 páginas de meu material acabara, não sendo publicadas, não sei o que vai acontecer (nota do editor: a Awesome se recuperou e promete publicar essas HQs do Alan Moore).
    No momento, estou trabalhando com Jim Lee para a America's Best Comics. Eles me deram liberdade total para escolher os artistas (desenhistas) e os temas, mas a direção é bem mainstream, bem comercial mesmo. Estou tentando dar uma revitalizada nas formas tradicionais de narrativa de quadrinhos.
    Tem também a League of Extraordinary Gentlemen, que deve sair em dezembro, uma série com Kevin O'Neil - o trabalho dele é maravilhoso. Ela se passa na era vitoriana, e tem "super-heróis" como Drácula, Dr. Jekyll, Capitão Nem e Alan Quartemain. Há um sem número de citações e personagens fictícios dessa era. Por exemplo, no primeiro número, a personagem "Nana", do romance de Emile Zola, é encontrada morta na Rua Morgue. Coisas desse tipo. É sexy, engraçado, excitante e tem um ritmo perfeito. É assim que eu acho que uma boa HQ deve ser.

    General: Você não estava trabalhando com Dave Gibbons (desenhista de Watchmen) num CD-Rom?
    Alan Moore: O CD empacou porque a idéia original era grandiosa e cara demais. Estávamos desenvolvendo o projeto, tentando juntar a tecnologia do CD-ROM com conceito arcaico de magia. Queríamos nos distanciar dos tradicionais jogos de fantasy, fazer algo bem diferente. Mas para que a criação pudesse ser levada a diante, teríamos que abrir mão do controle sobre o resultado final. Por isso suspendemos o projeto até descobrirmos uma forma mais low-tech, menos custosa, de levar a coisa adiante.

    General: Você surfa na Internet?
    Alan Moore: Não, de jeito nenhum. Tenho um PC, mas não entro na rede. Sou uma espécie de "eremita cibernético". Acho que a Internet deve ser uma coisa legal para todo mundo, menos para mim. O glamour da cultura cibernética simplesmente não me atrai. Jamais responderia e-mails, imagine, raramente atendo ao telefone.
    Mesmo porque toda informação que preciso eu consigo com um telefone e um fax. Sei que existem vários sites sobre "Alan Moore", isso me dá medo. O Neil (Gaiman) tentou me atrair para Internet, e eu disse a ele que tenho medo de fãs obcecados malucos. Depois o Neil me contou que um fã maluco acabou botando o endereço dele (Neil) na Internet. Outro dia um amigo me ligou, dizendo "parabéns, fiquei sabendo que tua filha vai se casar". Eu sabia que ela estava considerando a hipótese, mas era um assunto de família. De repente era uma informação pública, circulando na Internet. Isso me dá arrepios.

    General: Como você avalia esse primeiro ano e meio de gestação trabalhista no governo britânico?
    Alan Moore: Bom, sou anarquista e não voto, sou contra qualquer tipo de partido. Esse partido trabalhista que está aí (liderado pelo primeiro ministro Tony Blair) não tem nada a ver com o partido trabalhista saído da classe trabalhadora. Na última eleição nós tivemos 3 partidos conservadores disputando entre si, um deles era o dito trabalhista. É por isso que eu perdi a fé na democracia há muito tempo. Várias das propostas do governo Blair são mais reacionárias que as dos conservadores. Eles governam para classe média.
    O partido trabalhista representou os interesses de minha classe um dia. Cresci e vivi com essa ligação. Hoje Tony Blair faz campanha solicitando que as pessoas não dêem esmolas, para desencorajar os mendigos. Não é esse o papel dele. Ele tem que apresentar propostas políticas para que as pessoas tenham trabalho e meios de sobreviver sem ter que pedir esmola na rua. Ele afirma estar falando de "mendigos agressivos". Mas, para classe média, todo mal-barbeado que pede um trocado está sendo "agressivo".

    General: Se convidado, você iria a uma convenção de HQs no Brasil?
    Alan Moore: Meu caro, não vou à convenção em lugar algum do mundo. Não consigo me sentir à vontade nesse tipo de evento. Recebo convites de vários lugares maravilhosos, fico lisonjeado, mas sinto muito, não sei lidar com a posição de celebridade.

    General: Mas você não é um recluso, um eremita. Ou é?
    Alan Moore: De certa forma, sim. Não tenho vontade alguma de viajar, não saio quase nunca dessa cidade. E eu realmente pareço um eremita, pelo menos tenho o aspecto de um. Mas não vivo na caverna. Saio muito com meus amigos de Northampton, mantenho relações.

    General: Diversos outros roteiristas de quadrinhos estão experimentando escrever para o cinema, você não tem nenhum plano de ir à Hollywood?
    Alan Moore: Me convidaram para escrever o Robocop 2, que Frank acabou fazendo. Eu recusei. E outras propostas também. A única vez em que escrevi um roteiro para um filme, foi para Malcolm Mclaren, o ex-empresário dos Sex Pistols. O filme acabou não sendo feito. O título seria Fashion Monster, uma biografia de Christian Dior. Mclaren é um dos meus heróis, foi divertido trabalhar com ele. Mas Hollywood me dá arrepios.
    Frank Miller ganhou muito dinheiro com isso, mas ele me contou que a experiência foi um pesadelo. Neil Gaiman também teve uma experiência ruim semelhante, ele escreveu uma série de TV (Neverwhere, para a BBC).

    General: Você assistiu aos dois filmes do Monstro do Pântano?
    Alan Moore: O primeiro foi adaptado de HQs escritas antes de eu entrar na revista. O segundo foi obviamente baseado nas coisas que escrevi. É uma espécie de piada sem graça. A DC tinha feito um acordo cedendo todos os direitos sobre todas as histórias do Monstro do Pântano que tinham sido ou que ainda seriam publicadas! Todo esse material estava a disposição do diretor do filme. Ele podia usar qualquer desenho de Steve Bissette ou John Totleben, qualquer história que eu tivesse criado, sem precisar nos dar crédito algum. Se você fizer algo importante, seja o dono!

    General: Então é verdade que nas grandes editoras de HQs, o autor não é o dono dos direitos autorais?
    Alan Moore: A indústria de HQ ainda esta na idade da pedra. Não é como em música, cinema ou literatura. Há tantas histórias de horror a este respeito, a começar pelo caso e Joe Schuster e Jerry Siegel, os criadores do Super-Homem, Eles venderam os direitos por 35 dólares.
    Schuster morreu cego, num asilo. E o monte de dinheiro que fizeram com o filme! Deram-lhe uma pensão simbólica, para desencargo de consciência, para silencias as críticas. Steve Ditko (primeiro desenhista do Homem-Aranha), no ano das celebrações do Homem-Aranha, vivia num YMCA, e antes disso, na rua. As grandes editoras dizem que as criadoras são elas. Você é contratado para "ajudá-los". O Pato Donald é de Walt Disney, e não de Carl Barks, seu verdadeiro criador. Desde que eu, Frank Miller e outros autores e desenhistas abandonamos essas editoras, muita coisa mudou, eles tiveram de fazer concessões. Hoje eles são obrigados a oferecer direitos e royalties.

    General: Essas "concessões" foram responsáveis pelos problemas financeiros de editoras como a Marvel?
    Alan Moore: Eu diria que a quebra da Marvel foi uma manifestação física da falência moral e criativa que assola toda a indústria de HQ. Foi festão mal-feito mesmo. Por exemplo, uma das coisas que mais afetou a Marvel no início dos anos 90, foi quando toda geração mais nova, gente como Todd McFarlane e Jim Lee, saiu da empesa e fundou uma companhia própria. A formação da Image Comics abalou a Marvel. Se eles tivessem concedido aos artistas pelo menos um pouco, apenas alguns dos direitos, tenho certeza que eles teriam ficado. Mas não, eles queriam ficar com tudo, e agora estão falidos. Bem feito.
    Nos anos 80 todos falavam em renascença dos quadrinhos, mas isso não aconteceu. O que houve foi que quatro ou cinco pessoas fizeram livros excepcionais numa mesma época. Nós fizemos Watchmen, Frank Miller fez o Cavaleiro das Trevas. Art Spiegelman fez Maus e os irmãos Hernandez fizeram todas aquelas coisas maravilhosas na revista Love&Tockets.
    O pessoal que lidava com o marketing esfregou as mãos de felicidade, com o conceito de "graphic novel". Era só juntar seis episódios de She-Hulk e pronto, temos uma graphic novel. Ou mesmo as histórias mais fracas do Batman: tudo dava para se juntado numa graphic novel. E, de fato, o novo formato ia muito bem. Todas as grandes livrarias tinham aberto uma seção de graphic novel, que sempre estava cheia de novos produtos.
    Hoje em dia isso não existe mais. Foi um hype, uma onda criada artificialmente pelo pessoal de marketing das editoras. Eles não estavam interessados em HQs como arte, mas como um evento de mídia. E se houve alguma coisa positiva disso tudo, é que hoje existe uma fatia bem mais ampla do público que aceita quadrinhos como uma forma legítima e rica de expressão artística. A mídia já não liga mais tanto. Veja o que aconteceu com Stock Rubber Baby, de Howard Cruise, uma tour-de-force, brilhante. Foi quase ignorado.

    General: Você mesmo ainda desenha?
    Alan Moore: Às vezes. Recentemente desenhei a capa do CD de uma coletânea de textos declamados (spoken word) para a Creation Books, o braço literário da mesma gravadora do Oasis - que, aliás, eu odeio. Pete Whitehead, um cineasta dos anos 60, lançou uma fantasy novel sobre ocultismo egípcio. Fiz a capa do livro. Levou séculos! Francamente, é um trabalho dos diabos.

    General: O que você acha do trabalho de Katsuhiro Otomo (autor/desenhista de Akira)?
    Alan Moore: Akira é um tremendo pedaço de trabalho. Mas, num nível emocional, eu não conectei com a arte. Não me engajei. Quando vi Akira, o desenho animado, não sabia do que tratava a história. Me perdi no meio do filme. Sei que mangá é bem popular no momento. Mas passei a me distanciar cada vez mais de ficção científica e fantasy, desse tipo de cultura pop. No passado eu não lia outra coisa. Hoje eu me interesso mais por literatura moderna.

    General: Você cresceu lendo quadrinhos?
    Alan Moore: Desde o sete anos de idade. Eu lia quadrinhos britânicos, que eram sobre futebol, soldados, policiais, coisas comuns da vida britânica. Todo garoto que dà classe trabalhadora fazia isso. Quando tinha uns oito anos ganhei minha primeira revista do Flash. Era um mundo exótico, diferente. Era em cores, tinha arranha-céus, super-heróis. Anos depois surgiu a Marvel Inglesa, e eu me liguei imediatamente nas suas revistas, no Quarteto Fantástico. Eu era fascinado, como qualquer criança. Quando entrei na adolescência, descobri Will Eisner, a revista Mad, Kurtzman, e pela primeira vez pensei em um dia fazer quadrinho. Quando tinha uns 20 anos, eu me sentia menos atraído por HQs, e mais por sexo, drogas e rock'n roll. Na época todo mundo escrevia poesias ou novelas beat e sonhava em vê-las publicadas.
    Ao mesmo tempo precisava de dinheiro para viver e fiz coisas absurdas. Trabalhei numa fábrica, minha função era retirar peles de carneiro de um tanque cheio de sangue e urina. Limpei privadas num hotel, trabalhei em escritórios. O meu primeiro trabalho com quadrinhos foi com uma tira, que eu mesmo desenhava, para a revista Sounds, durante uns quatro anos. Dava para pagar o aluguel. Nesse meio tempo desenvolvi meu texto. Depois passei a enviar roteiros como Dr. Who e 2000 AD. Depois apareceu a Warrior, para a qual fiz Marvelman e V de Vingança. Briguei feio com o dono/editor da Warrior, que passou a fazer sugestões absurdas para os meus roteiros. A essa altura, a DC já tinha me convidado para trabalhar para eles. O resto é história.

    General: Citando as tuas influências, você não mencionou um único autor europeu, como Moebius, Hergé, Edgar P. Jacobs...
    Alan Moore: Hergé é grande. Não gosto muito do seu jeito de contar histórias, mas o seu estilo artístico é impressionante. Edgar P. Jacobs é o criador de Blake e Mortimer? É o mesmo caso. Gosto muito do Philipe Druillet, Hugo Pratt. Mas os europeus dão ênfase aos desenhos, à arte. Me lembro que uma vez li um gibi espanhol chamado Drácula, de Esteban Maroto. Não entendi uma palavra, mas achei genial. Ficava imaginando os diálogos. Quando li a tradução, achei um lixo. O texto era ruim, a história não funcionava. O mesmo acontecia quando via as coisas do Moebius, como A Garagem de Jerry Cornelius, ou as coisas do Incal, com Jodorowski. O Incatel tem uma visão new-age.
    Minhas maiores influências são mesmo americanos como Eisner e Kurtzman. Por causa das histórias, elas estão em primeiro plano. Não é o caso dos europeus, cujos trabalhos giram mais em torno da arte, da criação gráfica.

    General: Há algum desenhista com o qual você gostaria desesperadamente de trabalhar?
    Alan Moore: Há um monte de gente que eu admiro, mas principalmente autores-desenhistas, como Robert Crumb, Art Spielgelman, Gilbert Hernandez. E eles não precisam de mim.

    General: Hergé e Carl Barks enviaram Tintim e o Pato Donald aos mais distantes confins do planeta. eles ambientavam histórias no Tibet ou nos Andes, com uma pena na mão, e uma National Geographic na outra, com resultados formidáveis. Você confinado em Northampton, também vê o mundo através de revistas geográficas?
    Alan Moore: Eu acredito plenamente na força da imaginação. Quando comecei a escrever O Monstro do Pântano, resolvi ambientar a história numa locação real, num pântano de fato, no sul dos EUA. Peguei um atlas, mais alguns guias turísticos da Louisiana, pouca coisa, e comecei a escrever. Depois chegavam várias cartas de leitores do Monstro do Pântano, perguntando quanto tempo eu tinha vivido na América. Considerei isso um elogio, fiquei lisonjeado. A minha visão da América era mais realista e do que a maioria dos autores americanos na época. Não tinha pesquisado muito, mas imagino muita coisa da forma correta.

    General: Você escreve sobre o efeito das drogas?
    Alan Moore: Tudo o que eu escrevi até hoje, foi sobre o efeito de drogas, principalmente haxixe. Só uso drogas psicodélicas, não gosto das outras. Cogumelo eu também tomo bastante. Fumo cerca de 50 gramas de haxixe por semana. É um consumo alto, mas isso projeta a minha mente para fora de convenções e padrões de pensamento. Tenho as idéias mais estranhas. Isso é a alma da minha criatividade. Entro na "aura" de cada palavra que escrevo. E o resultado me satisfaz plenamente. Quando escrevo no estado "careta", nunca fico satisfeito.

    General: É verdade que você não sai de Northampton?
    Alan Moore: Northampton para mim, é o centro do universo. Quando estive em Nova York, era como se eu tivesse tomado 20 cafés, o tempo todo. Não conseguia dormir, de tanto nervosismo e excitação. Londres já é intensa demais para mim. É uma cidade fascinante, gosto de visitá-la, mas jamais viveria em outra cidade que não fosse Hothampton.
    Em 88, pensei em me mudar da Inglaterra, por razões pessoais. Minha mulher e eu estávamos vivendo uma relação a três, com outra garota que vivia conosco. Era uma relação aberta, não um segredo "sujo", mas uma opção de vida. E na época nós estávamos envolvidos diretamente com movimentos e grupos pró-gays.
    O governo estava tentando impor a Cláusula 28, que praticamente proíbe relações homossexuais. Eu não queria que minha parceiras e minhas filhas fossem perseguidas ou molestadas por causa da nossa relação. Considerei seriamente a hipótese de deixar o país. Mas depois a nossa relação terminou, e decidi que poderia ser feliz vivendo aqui.

    Trecho de entrevista com Alan Moore retirado da Revista General Visão número 0. [/hide:77f4547452]

    É fácil quando se sabe.

  • #2
    A entrevista dele pro G1 é melhor.

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    • #3
      Postado originalmente por Desmond.
      A entrevista dele pro G1 é melhor.
      Harry Potter vira lama.
      @literaturarussa
      @likeapisces
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      • #4
        O mester não ENTENDEU akira e nem moebius?
        Giovanni Giorgio

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        • #5
          Um monte de gente não entendeu.

          Não se esqueça que o Moore também tem nojinho de h entai.

          Mas eu tenho essa General citada acima, e a entrevista está incompleta. Acaba no meio de um parágrafo e fica por isso mesmo. Logo depois vem uma matéria com o Forastieri mais escandaloso e saltitante do que nunca, comentando sobre o mercado de quadrinhos independentes nos EUA - sem dúvida, já de olho no que ele futuramente publicaria pela Conrad (ex-ACME).

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          • #6
            General: Você escreve sobre o efeito das drogas?
            Alan Moore: Tudo o que eu escrevi até hoje, foi sobre o efeito de drogas, principalmente haxixe. Só uso drogas psicodélicas, não gosto das outras. Cogumelo eu também tomo bastante. Fumo cerca de 50 gramas de haxixe por semana. É um consumo alto, mas isso projeta a minha mente para fora de convenções e padrões de pensamento. Tenho as idéias mais estranhas. Isso é a alma da minha criatividade. Entro na "aura" de cada palavra que escrevo. E o resultado me satisfaz plenamente. Quando escrevo no estado "careta", nunca fico satisfeito.

            Simples e verdadeiro.

            Depois dizem que as drogas são prejudiciais!

            Essa entrevista ai e beeeeeeeeeeeeemm antiga!
            BOSTIL TIL TIL!!!

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            • #7
              O Neil (Gaiman) tentou me atrair para Internet, e eu disse a ele que tenho medo de fãs obcecados malucos. Depois o Neil me contou que um fã maluco acabou botando o endereço dele (Neil) na Internet.
              ahh se ele visitasse o mbb...

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              • #8
                General era fodaça!

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                • #9
                  Postado originalmente por Leandro Azeredo
                  General era fodaça!
                  Até o Forastieri perceber que ganhava muito mais grana com a Herói...

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                  • #10
                    Em 88, pensei em me mudar da Inglaterra, por razões pessoais. Minha mulher e eu estávamos vivendo uma relação a três, com outra garota que vivia conosco. Era uma relação aberta, não um segredo "sujo", mas uma opção de vida. E na época nós estávamos envolvidos diretamente com movimentos e grupos pró-gays.
                    Eu já achava estranho ele pegar UMA mulher, agora duas... Ele traiu o movimento nerd véio.
                    @literaturarussa
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                    • #11
                      Postado originalmente por César
                      Em 88, pensei em me mudar da Inglaterra, por razões pessoais. Minha mulher e eu estávamos vivendo uma relação a três, com outra garota que vivia conosco. Era uma relação aberta, não um segredo "sujo", mas uma opção de vida. E na época nós estávamos envolvidos diretamente com movimentos e grupos pró-gays.
                      Eu já achava estranho ele pegar UMA mulher, agora duas... Ele traiu o movimento nerd véio.
                      Já eu, acho que ele viveu o sonho nerd!
                      CONFIRA MEUS TEXTOS NO CONTRAVERSÃO
                      http://contraversao.com/author/antoniotadeu/

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                      • #12
                        Postado originalmente por Spit-Nick
                        General: Você escreve sobre o efeito das drogas?
                        Alan Moore: Tudo o que eu escrevi até hoje, foi sobre o efeito de drogas, principalmente haxixe. Só uso drogas psicodélicas, não gosto das outras. Cogumelo eu também tomo bastante. Fumo cerca de 50 gramas de haxixe por semana. É um consumo alto, mas isso projeta a minha mente para fora de convenções e padrões de pensamento. Tenho as idéias mais estranhas. Isso é a alma da minha criatividade. Entro na "aura" de cada palavra que escrevo. E o resultado me satisfaz plenamente. Quando escrevo no estado "careta", nunca fico satisfeito.

                        Simples e verdadeiro.

                        Depois dizem que as drogas são prejudiciais!

                        Essa entrevista ai e beeeeeeeeeeeeemm antiga!
                        o moore é a EXCESSAUUUM que comprova a regra.
                        Giovanni Giorgio

                        Comment


                        • #13
                          Postado originalmente por Roleplayer Moore
                          Postado originalmente por César
                          Em 88, pensei em me mudar da Inglaterra, por razões pessoais. Minha mulher e eu estávamos vivendo uma relação a três, com outra garota que vivia conosco. Era uma relação aberta, não um segredo "sujo", mas uma opção de vida. E na época nós estávamos envolvidos diretamente com movimentos e grupos pró-gays.
                          Eu já achava estranho ele pegar UMA mulher, agora duas... Ele traiu o movimento nerd véio.
                          Já eu, acho que ele viveu o sonho nerd!
                          Você quis dizer: Utopia

                          Mas enfim, só se drogando mesmo, já acho dificil namorar UMA por tanto tempo, imagina casar com duas.
                          @literaturarussa
                          @likeapisces
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                          • #14
                            Amiguinhos, dêem uma sacada no naipe do Moore e vocês podem calcular que as duas que ele pegava deviam ser umas inglesas de dentes podres e xoxota com pentelhos maiores do que a barba do infeliz...

                            E eu creio que as duas depois dera um pé na bunda dele e foram viver felizes como um casal, o que mostra que alegria de nerd dura pouco.
                            "And the mercy seat is smoking
                            And I think my head is melting
                            And in a way that's helpin'
                            to be done with all this twistin' of the truth
                            An eye for an eye
                            And a tooth for a tooth
                            And any way I told the truth
                            But I'm afraid I told a lie."

                            - Nick Cave, The Mercy Seat

                            Comment


                            • #15
                              Postado originalmente por César
                              Postado originalmente por Roleplayer Moore
                              Postado originalmente por César
                              Em 88, pensei em me mudar da Inglaterra, por razões pessoais. Minha mulher e eu estávamos vivendo uma relação a três, com outra garota que vivia conosco. Era uma relação aberta, não um segredo "sujo", mas uma opção de vida. E na época nós estávamos envolvidos diretamente com movimentos e grupos pró-gays.
                              Eu já achava estranho ele pegar UMA mulher, agora duas... Ele traiu o movimento nerd véio.
                              Já eu, acho que ele viveu o sonho nerd!
                              Você quis dizer: Utopia

                              Mas enfim, só se drogando mesmo, já acho dificil namorar UMA por tanto tempo, imagina casar com duas.
                              Não reclamaria nem um pouco!

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