Artigo 214.
(Ela não resistiu aos ferimentos).

Rio de Janeiro.7 e meia da manhã.Havia passado uma barata "francesinha" em cima da barriga de Ralf, porém, ele não tinha percebido.O local que ele estava abrigado (chamado carinhosamente de "meu covil" pelo próprio) havia sido infestado destes pequeninos insetos.À noite, eram como ele, sempre em busca de comida.A diferença era que Ralf, 25 anos, corpo franzino (20 kgs abaixo do normal, uma coisa preocupante) e mente aberta, não se escondia quando "ameaçado".A mente dele insistia em conflitar com seus mandantes, no caso, o Capitão e Coronel do Corpo de Bombeiros, que capitaneavam o local.Quando o Capitão determinou que a tv seria desligada às 22:00, Ralf ficou furioso e o ameaçou publicamente, em frente aos oficiais, que insistiam em fofocar sobre o fato, alguns minutos após.Teria sido tachado de "indivíduo agressivo" pelo grupo.
Às 7:40am, Ralf dispertou com um toque de outro interno, chamando-o para o café.2 pães e um copo de leite quente.Todo mundo com caras "amassadas", ao acordar e roupas amarrotadas.Ralf não costuma conversar quando acorda, portando um breve mau-humor, temendo abrir a boca e espalhar aquele bafo de onça sobre os outros, principalmente em algumas funcionárias.Tomou o café quieto, era apenas o início da véspera de feriado, muita coisa poderá acontecer até o término do fim de semana.Após o café, voltou a dormir.
10:00am, o menino havia tomado um banho gelado, esquecido de usar o desodorante ("não adianta só passar sabonete") e comparecido à sessão de terapia no bairro da Tijuca, mascando o mesmo chiclete por 30 minutos (praticamente em todo o trajeto).
- Bom dia, Helena - disse Ralf, visivelmente desanimado, com as pernas doendo e desabando a mochila suja no banco.
- Está desanimado, hoje - disse Helena, sua terapeuta e amiga há 7 anos.A única pessoa neste mundo que ainda o ajudava a amenizar seu sofrimento. - Vou preparar um café pra você, fique sentado aí, pode ler algumas revistas e levar, se quiser.Menos as novas.
Enquanto Ralf lia, ele descorria mentalmente sobre seus fracassos amorosos, os antigos e os recentes.Desde a menina que sempre o olhava e quando o mesmo foi se declarar, ela o recusou até a nordestina baixinha, lábios carnudos e seios enormes que aparentemente "espera" que ele tome iniciativa.O menino estava esfafado de tanta iniciativa e de tanta recusa.Era semelhante a uma armadilha: elas jogavam a isca (no caso, fitavam o moço a toda hora), o peixe mordia (ele achara que havia sido correspondido) e era pescado (um NÃO!).Inúmeras vezes Ralf era vítima disto.
Após uma lida rápida em algumas revistas informativas de destaque, ouviu a campainha tocar.Um sorriso tímido esboçou o rosto do homem.Era uma menina.Pele alva, cabelos longos e louros, olhos claros, bem claros e corpo magro.Cumprimentou Ralf, que ficou extasiado e deixou a revista na prateleira, junto com as outras.A menina trajava o uniforme do Colégio Militar do Rio de Janeiro (bege, com detalhes em vermelho e pequenas botas pretas).Carregava uma pastinha.
- Ana! - exclamou a terapeuta Helena. - Que bom que apareceu, o Ralf estava esperando por você.
- A-Ana...caramba, nem sei o que dizer - Ralf tentou balbuciar algumas palavras, Ana terminou por rir.
- Ele sempre fica encabulado comigo, né? - disse a menina, de 12 anos. - Eu vim dizer a senhora que eu acabei passando de ano.Veja meu boletim. - após uma rápida lida no papel, Helena se enche de euforia, cumprimentando e abraçando simultaneamente Ana, a parabenizando.
- E aí, eu...posso te dar um abraço? - disse um Ralf tímido.E Ana o abraçou.Ralf sentiu um aroma delicioso, um perfume que ele poderia julgar ser o melhor de todos os tempos (até porque normalmente ele odeia perfumes, seja masculino ou feminino), a pele macia de Ana envolvendo o corpo de Ralf, poderia-se dizer que ele estivesse no Purgatório naquele momento e que um anjo houvesse por resgatá-lo daquele sofrimento, o sofrimento do dia-a-dia.Ralf nunca encontrou a "paz" em adultos, por isto, sempre dedicou o seu gostar por amigas crianças, como o escritor Lewis Carroll (de "Alice no País das Maravilhas").Ralf é observador, meio paranóico com desconfianças, tão logo ele abraçou e sentiu o cheiro, logo após a afastou do corpo dele.Ana o olhava sorridente, e ele não podia esconder a timidez.
Após a consulta e felicitações, Ralf desceu com Helena e Ana até uma loja de roupas.Foram comprar uma camisa pólo branca (para Ralf, devido à sua formatura, alguns dias depois).Sorrisos, agradecimentos, etc, Ralf observou o olhar de uma cliente (no canto do olho) sobre o trio."Possivelmente, só porque eu sou mulato, e Ana e Helena são brancas, é que ela está estranhando.Normalmente, eu deveria estar roubando e aterrorizando as duas, não é?", pensou consigo.Iria fazer um estardalhaço e possivelmente interrogaria a moça, mas preferiu ser reservado e deixar as coisas rolarem.
Helena lembrou que tinha uma reunião para participar e permitiu que ele conduzisse Ana ao apartamento da mesma (Ana é filha adotiva de Helena).Ralf pediu que Ana lhe desse às mãos, sabendo que seria "estranho" para os outros olharem aqueles amigos ou aquele "casal", e alguma intimidade poderia ser interpretada como atitude pedófila, o que acarreria perguntas, estresses e porradaria (estes dois últimos, da parte dele).
Aquela mãozinha esquerda tão quentinha e macia estava tão gostosa que o contraste com a mão rude e grossa de Ralf que o próprio havia suspirado e pensado "flores".A voz de Ana ofuscava aqueles dizeres defeituosos, gagos e graves do homem, e ele havia se orgulhado de que nunca haveria levantado a voz para a mesma.
- Você tá bobo demais, hoje, sabia?Você não costuma sair muito comigo...eu queria que você não se importasse com esse povo que acha que você iria me fazer mal um dia. - disse Ana.
- O que significa "fazer mal" pra você, mocinha? - indagou Ralf.
- Cê sabe do que eu tô falando.Olha, como a Helena não virá pra casa tão cedo, fique lá comigo.Sei que vai ficar. - Ana esboça um sorriso.Ela conhecia Ralf, ao menos os seus sentimentos em relação a ela.
- Já sabe a resposta.Eu também quero fazer um pouco de hora antes de ir ao colégio, hehehe.
- "fazer hora"?Seu chato! - Ana o belisca levemente na costela e eles riem.
Adentrando à casa, Ralf deixou a mochila na mesa, Ana rapidamente atacou a mochila e se esbaldou com o pouco do sorvete de passas ao rum que continha no pote.Ofereceu a Ralf, mas observou o mesmo olhando a paisagem pela janela, então, Ana aproximou-se lentamente dele e o abraçou por trás.Disse que iria tomar um banho e queria a presença de Ralf o ajudando a se ensaboar.Ralf permaneceu encabulado por um tempo, pois há muito tempo ele não havia tocado em um corpo.
- Estou brincando, safadinho - disse Ana, dando um banho de água fria no homem.
Ralf havia ficado estarrecido com acontecimentos esquisitos ocorridos próximo a locais em que frequenta e com pessoas em que ele nunca foi com a cara e até discutiu.Por um lado, ele ria e até gargalhava pelos resultados deixados nos corpos das pessoas em que ele odiava: meninas estupradas, homens recheados de hematomas e membros feridos e com fraturas expostas, gritos ecoando pelo ar.E tudo isso culminava dentro de boates, lan-houses, até nas residências destas pessoas.Ele olhava aquela situação toda, gargalhava mas...como, por quê ocorria aquilo tudo?
Há 429 kms dali, na cidade de São Paulo, uma bela donzela de olhos negros como de uma graúna, cabelos negros e curtos, pele morena e magra, desperta de um sono de 3 horas, com aquela cara de quem chupou limão e atormentada por pesadelos que vinham sendo constantes.Visivelmente triste, avistou a sua companheira, chamada Marcela e balbuciou uma frase decisiva.
- Marcela...eu estou indo embora. - Marcela não chegou a olhar para o rosto da mulher, parecia estar bem ocupada se arrumando.
- Pode ir - disse Marcela calmamente. - Se mudar de idéia, venha pra cá.Você tem uma dívida para comigo e eu nunca ficaria totalmente em paz até te fazer bem.Não fosse você...
- Olha, não precisa dizer isso de novo.Eu realmente preciso ir.Cansei dessa cidade de merda, desses homens de merda que falam em como é bom dar a bunda e dessas "lesbian chic" que pululam lá na boate, parei, mesmo.Vou tomar um banho e ir para o Rio.
- Precisa de passagem? - Marcela indaga, lhe oferecendo a carteira cheia.
- Sim - a mulher pega rapidamente a carteira e coloca em sua mochila. - Obrigada por tudo, mas tem alguém me chamando lá no Rio.
- Uma mulher?
- Não, um cara.Se eu voltar pra cá, eu lhe apresento.
- Mas, você tem que saber se eu irei recebê-lo pacificamente.Eu te amo, cê sabe disso.E não me importo se você despirocar e sair por aí.Mas, eu creio que hoje, você tem um objetivo.
- Tá bom.Vou tomar um banho em ir embora.Muito obrigada por tudo.
A mulher se chama Luiza, 32 anos.Tomou um banho quente, perfume e colônia, vestiu sua roupa preta, pegou sua mochila e foi embora.Não aceitou a carona de sua (ex-) namorada rica até a rodoviária.Chegou lá, desembolsou R$ 52 e partiu para o Rio de Janeiro.Antes, avistou Marcela portando seu terno rosa e seu carro luxuoso negro, da janela.
(Ela não resistiu aos ferimentos).

Rio de Janeiro.7 e meia da manhã.Havia passado uma barata "francesinha" em cima da barriga de Ralf, porém, ele não tinha percebido.O local que ele estava abrigado (chamado carinhosamente de "meu covil" pelo próprio) havia sido infestado destes pequeninos insetos.À noite, eram como ele, sempre em busca de comida.A diferença era que Ralf, 25 anos, corpo franzino (20 kgs abaixo do normal, uma coisa preocupante) e mente aberta, não se escondia quando "ameaçado".A mente dele insistia em conflitar com seus mandantes, no caso, o Capitão e Coronel do Corpo de Bombeiros, que capitaneavam o local.Quando o Capitão determinou que a tv seria desligada às 22:00, Ralf ficou furioso e o ameaçou publicamente, em frente aos oficiais, que insistiam em fofocar sobre o fato, alguns minutos após.Teria sido tachado de "indivíduo agressivo" pelo grupo.
Às 7:40am, Ralf dispertou com um toque de outro interno, chamando-o para o café.2 pães e um copo de leite quente.Todo mundo com caras "amassadas", ao acordar e roupas amarrotadas.Ralf não costuma conversar quando acorda, portando um breve mau-humor, temendo abrir a boca e espalhar aquele bafo de onça sobre os outros, principalmente em algumas funcionárias.Tomou o café quieto, era apenas o início da véspera de feriado, muita coisa poderá acontecer até o término do fim de semana.Após o café, voltou a dormir.
10:00am, o menino havia tomado um banho gelado, esquecido de usar o desodorante ("não adianta só passar sabonete") e comparecido à sessão de terapia no bairro da Tijuca, mascando o mesmo chiclete por 30 minutos (praticamente em todo o trajeto).
- Bom dia, Helena - disse Ralf, visivelmente desanimado, com as pernas doendo e desabando a mochila suja no banco.
- Está desanimado, hoje - disse Helena, sua terapeuta e amiga há 7 anos.A única pessoa neste mundo que ainda o ajudava a amenizar seu sofrimento. - Vou preparar um café pra você, fique sentado aí, pode ler algumas revistas e levar, se quiser.Menos as novas.
Enquanto Ralf lia, ele descorria mentalmente sobre seus fracassos amorosos, os antigos e os recentes.Desde a menina que sempre o olhava e quando o mesmo foi se declarar, ela o recusou até a nordestina baixinha, lábios carnudos e seios enormes que aparentemente "espera" que ele tome iniciativa.O menino estava esfafado de tanta iniciativa e de tanta recusa.Era semelhante a uma armadilha: elas jogavam a isca (no caso, fitavam o moço a toda hora), o peixe mordia (ele achara que havia sido correspondido) e era pescado (um NÃO!).Inúmeras vezes Ralf era vítima disto.
Após uma lida rápida em algumas revistas informativas de destaque, ouviu a campainha tocar.Um sorriso tímido esboçou o rosto do homem.Era uma menina.Pele alva, cabelos longos e louros, olhos claros, bem claros e corpo magro.Cumprimentou Ralf, que ficou extasiado e deixou a revista na prateleira, junto com as outras.A menina trajava o uniforme do Colégio Militar do Rio de Janeiro (bege, com detalhes em vermelho e pequenas botas pretas).Carregava uma pastinha.
- Ana! - exclamou a terapeuta Helena. - Que bom que apareceu, o Ralf estava esperando por você.
- A-Ana...caramba, nem sei o que dizer - Ralf tentou balbuciar algumas palavras, Ana terminou por rir.
- Ele sempre fica encabulado comigo, né? - disse a menina, de 12 anos. - Eu vim dizer a senhora que eu acabei passando de ano.Veja meu boletim. - após uma rápida lida no papel, Helena se enche de euforia, cumprimentando e abraçando simultaneamente Ana, a parabenizando.
- E aí, eu...posso te dar um abraço? - disse um Ralf tímido.E Ana o abraçou.Ralf sentiu um aroma delicioso, um perfume que ele poderia julgar ser o melhor de todos os tempos (até porque normalmente ele odeia perfumes, seja masculino ou feminino), a pele macia de Ana envolvendo o corpo de Ralf, poderia-se dizer que ele estivesse no Purgatório naquele momento e que um anjo houvesse por resgatá-lo daquele sofrimento, o sofrimento do dia-a-dia.Ralf nunca encontrou a "paz" em adultos, por isto, sempre dedicou o seu gostar por amigas crianças, como o escritor Lewis Carroll (de "Alice no País das Maravilhas").Ralf é observador, meio paranóico com desconfianças, tão logo ele abraçou e sentiu o cheiro, logo após a afastou do corpo dele.Ana o olhava sorridente, e ele não podia esconder a timidez.
Após a consulta e felicitações, Ralf desceu com Helena e Ana até uma loja de roupas.Foram comprar uma camisa pólo branca (para Ralf, devido à sua formatura, alguns dias depois).Sorrisos, agradecimentos, etc, Ralf observou o olhar de uma cliente (no canto do olho) sobre o trio."Possivelmente, só porque eu sou mulato, e Ana e Helena são brancas, é que ela está estranhando.Normalmente, eu deveria estar roubando e aterrorizando as duas, não é?", pensou consigo.Iria fazer um estardalhaço e possivelmente interrogaria a moça, mas preferiu ser reservado e deixar as coisas rolarem.
Helena lembrou que tinha uma reunião para participar e permitiu que ele conduzisse Ana ao apartamento da mesma (Ana é filha adotiva de Helena).Ralf pediu que Ana lhe desse às mãos, sabendo que seria "estranho" para os outros olharem aqueles amigos ou aquele "casal", e alguma intimidade poderia ser interpretada como atitude pedófila, o que acarreria perguntas, estresses e porradaria (estes dois últimos, da parte dele).
Aquela mãozinha esquerda tão quentinha e macia estava tão gostosa que o contraste com a mão rude e grossa de Ralf que o próprio havia suspirado e pensado "flores".A voz de Ana ofuscava aqueles dizeres defeituosos, gagos e graves do homem, e ele havia se orgulhado de que nunca haveria levantado a voz para a mesma.
- Você tá bobo demais, hoje, sabia?Você não costuma sair muito comigo...eu queria que você não se importasse com esse povo que acha que você iria me fazer mal um dia. - disse Ana.
- O que significa "fazer mal" pra você, mocinha? - indagou Ralf.
- Cê sabe do que eu tô falando.Olha, como a Helena não virá pra casa tão cedo, fique lá comigo.Sei que vai ficar. - Ana esboça um sorriso.Ela conhecia Ralf, ao menos os seus sentimentos em relação a ela.
- Já sabe a resposta.Eu também quero fazer um pouco de hora antes de ir ao colégio, hehehe.
- "fazer hora"?Seu chato! - Ana o belisca levemente na costela e eles riem.
Adentrando à casa, Ralf deixou a mochila na mesa, Ana rapidamente atacou a mochila e se esbaldou com o pouco do sorvete de passas ao rum que continha no pote.Ofereceu a Ralf, mas observou o mesmo olhando a paisagem pela janela, então, Ana aproximou-se lentamente dele e o abraçou por trás.Disse que iria tomar um banho e queria a presença de Ralf o ajudando a se ensaboar.Ralf permaneceu encabulado por um tempo, pois há muito tempo ele não havia tocado em um corpo.
- Estou brincando, safadinho - disse Ana, dando um banho de água fria no homem.
Ralf havia ficado estarrecido com acontecimentos esquisitos ocorridos próximo a locais em que frequenta e com pessoas em que ele nunca foi com a cara e até discutiu.Por um lado, ele ria e até gargalhava pelos resultados deixados nos corpos das pessoas em que ele odiava: meninas estupradas, homens recheados de hematomas e membros feridos e com fraturas expostas, gritos ecoando pelo ar.E tudo isso culminava dentro de boates, lan-houses, até nas residências destas pessoas.Ele olhava aquela situação toda, gargalhava mas...como, por quê ocorria aquilo tudo?
Há 429 kms dali, na cidade de São Paulo, uma bela donzela de olhos negros como de uma graúna, cabelos negros e curtos, pele morena e magra, desperta de um sono de 3 horas, com aquela cara de quem chupou limão e atormentada por pesadelos que vinham sendo constantes.Visivelmente triste, avistou a sua companheira, chamada Marcela e balbuciou uma frase decisiva.
- Marcela...eu estou indo embora. - Marcela não chegou a olhar para o rosto da mulher, parecia estar bem ocupada se arrumando.
- Pode ir - disse Marcela calmamente. - Se mudar de idéia, venha pra cá.Você tem uma dívida para comigo e eu nunca ficaria totalmente em paz até te fazer bem.Não fosse você...
- Olha, não precisa dizer isso de novo.Eu realmente preciso ir.Cansei dessa cidade de merda, desses homens de merda que falam em como é bom dar a bunda e dessas "lesbian chic" que pululam lá na boate, parei, mesmo.Vou tomar um banho e ir para o Rio.
- Precisa de passagem? - Marcela indaga, lhe oferecendo a carteira cheia.
- Sim - a mulher pega rapidamente a carteira e coloca em sua mochila. - Obrigada por tudo, mas tem alguém me chamando lá no Rio.
- Uma mulher?
- Não, um cara.Se eu voltar pra cá, eu lhe apresento.
- Mas, você tem que saber se eu irei recebê-lo pacificamente.Eu te amo, cê sabe disso.E não me importo se você despirocar e sair por aí.Mas, eu creio que hoje, você tem um objetivo.
- Tá bom.Vou tomar um banho em ir embora.Muito obrigada por tudo.
A mulher se chama Luiza, 32 anos.Tomou um banho quente, perfume e colônia, vestiu sua roupa preta, pegou sua mochila e foi embora.Não aceitou a carona de sua (ex-) namorada rica até a rodoviária.Chegou lá, desembolsou R$ 52 e partiu para o Rio de Janeiro.Antes, avistou Marcela portando seu terno rosa e seu carro luxuoso negro, da janela.
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